Planalto preocupado

Dilma reúne-se com Cardozo e Jaques Wagner após delação de Delcídio

Ministros foram chamados para discutir possíveis reflexos de revelações do senador à Justiça

3 MAR 2016 • POR Valdecir Cremon • 14h37
Dilma abraça Wellington Cesar, observada por Jaques Wagner (à esquerda) - José Cruz/Agência Brasil

A presidentr Dilma Rousseff se reúne nesta tarde de quita-feira (3) com o recém-empossado ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, e com o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência, Jaques Wagner, após a divulgação da delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS). A reunião não consta da agenda oficial da presidente.

Segundo a revista Isto É, o senador teria firmado um acordo de delação premiada com a equipe que investiga a Operação Lava Jato e, nos depoimentos, Delcídio do Amaral teria dito que Dilma  e o ex-presidente Lula tinham conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras.

Após a cerimônia de posse pela manhã no Palácio do Planalto, Cardozo disse que o senador Delcídio “não tem nenhuma credibilidade” para fazer qualquer acusação, caso sejam confirmadas informações de que ele tenha feito acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

“Vamos ser francos. Em primeiro lugar, não sei se há realmente uma delação premiada. Se houver, o senador Delcídio, com quem sempre tive excelentes relações, não tem primado por dizer a verdade”, disse Cardozo.

Ele deixou o comando do Ministério da Justiça e assumiu a AGU. “Sinceramente, independentemente do que foi dito, o senador Delcídio, depois de todos os episódios, não tem nenhuma credibilidade para fazer nenhuma afirmação”, acrescentou.

A PRISÃO

Delcídio do Amaral foi preso pela Operação Lava Jato, após apresentação de uma gravação em que ele oferece R$ 50 mil por mês e um plano de fuga ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, para que Cerveró não firmasse acordo de delação premiada com o Ministério Público. O senador ficou preso por mais de 80 dias. No dia 19 de fevereiro, o senador passou, por determinação judicial, a cumprir o recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga.

DA AGÊNCIA BRASIL