Recado

Juiz eleitoral diz que não aceitará 'denúncias apócrifas'e faz alerta sobre redes sociais

Justiça eleitoral já adiantou que vai rejeitar denuncismo político durante campanha eleitoral

20 AGO 2016 • POR Ana Cristina Santos • 08h35
Juiz Eleitoral de Três Lagoas e Selvíria, Márcio Rogério Alves - cortesia/Danilo Bonfim

Em época de campanha eleitoral é comum “chover” denúncias contra candidatos. Algumas são verdadeiras, mas muitas sem fundamento e anônimas. E essas, chamadas de apócrifas pelo juiz eleitoral de Três Lagoas, Márcio Rogério Alves, não serão aceitas pela Justiça Eleitoral.

“Denúncias apócrifas (anônimas) são aquelas em que ninguém admite que está realizando e que também não junta nenhuma prova. Quem quiser denunciar pessoalmente pode vir ao Cartório Eleitoral. Tomaremos por termo a  denúncia e determinaremos que seja confirmada. Se constatada, o candidato ou partido responderá por suas ações”, ressaltou o juiz.

Nas eleições deste ano, os eleitores terão uma ferramenta a mais para denunciar. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lançou nesta semana um aplicativo que vai permitir que eleitores façam denúncias de irregularidades contra candidatos ou partidos políticos.

Chamado de Pardal, o aplicativo foi desenvolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) com a colaboração do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) em 2012 e agora poderá ser usado nacionalmente. Para o juiz eleitoral de Três Lagoas, o aplicativo vai facilitar a apresentação de denúncias. “A maioria das pessoas tem acesso à internet, que tem todos os dados para o preenchimento [de denúncias]. É possível, inclusive, encaminhar fotos e vídeos, que evitam denuncismo sem sentido”, destacou o juiz.

Alves ressaltou que esse tipo de denúncia “atrapalha o trabalho da Justiça”. Mas, de acordo com ele nenhuma denúncia foi registrada na cidade neste ano.  

REDES SOCIAIS
O juiz disse que as redes sociais serão ferramentas importantes para a divulgação das candidaturas. Entretanto, ressaltou que é importante aos candidatos usarem os mecanismos para apresentar propostas e não para ataques. “Qualquer tipo de ofensa, seja na propaganda eleitoral no rádio e TV, ou nas mídias sociais, será passível de responsabilização do candidato. Pelas mídias sociais, inclusive é até mais fácil de comprovar”, disse.

O promotor eleitoral José Roberto Tavares ressaltou que a Justiça Eleitoral está de “olho nos candidato”. “Se comprovada a irregularidade, o candidato pode até ter o direito cassado”, frisou.

O magistrado espera que o eleitor possa aproveitar esse momento tão importante para analisar as propostas e perfil dos candidatos. “A eleição é o momento de o cidadão ser reconhecido como tal, manifestar o seu desejo de escolha. E ele tem que fazer isso de forma tranquila”, acrescentou.