Polêmica

Ministério Público investiga candidato de Paranaíba

Investigação apura se Maycol Queiroz teria usado um “laranja” para conseguir contrato de prestação de serviços com a prefeitura da cidade

3 SET 2016 • POR Talita Matsushita • 11h18
Maycol Henrique Queiroz é presidente da Câmara de Paranaíba - Divulgação/Secom

O Ministério Público Estadual (MPE) de Paranaíba apura em um inquérito se o presidente da Câmara e candidato a prefeito da cidade, Maycol “Doido” Henrique Queiroz de Andrade, do PDT, praticou improbidade administrativa ao firmar contrato com a prefeitura, há dois anos, em nome de um “laranja”.

O inquérito foi instaurado em 2015 baseado em denúncia do servidor público municipal Reinaldo Eduardo Ferreira, chefe de manutenção do lixão da cidade, que aponta o vereador como dono de uma máquina de esteira (tipo de trator), usada para serviços no local. A empresa vencedora de uma licitação aberta pela prefeitura foi a EG Menezes Eireli, de Elismar Garcia Menezes. Porém, ele mesmo afirma, em declaração registrada em cartório, que o dono da esteira é Maycol Doido. 

De acordo com os relatos enviados ao MPE, o contrato previa que a manutenção da máquina seria feita pela empresa - o que não ocorreria. Essas questões, segundo Reinaldo Ferreira, eram sempre tratadas com o vereador. O denunciante diz ainda desconhecer Elismar Garcia e cogitou, em depoimento, que se tratava de um “laranja”.

O servidor afirmou também que as notas de peças compradas para a manutenção da máquina eram emitidas no nome do vereador, que também pagava o mecânico que fazia os reparos. O denunciante diz ainda que ganhava um pagamento extra de Maycol para auxiliar na manutenção e limpeza da máquina diariamente.

A empresa vencedora da licitação é descrita como individual e criada em 29 de maio de 2013. A atividade principal é comércio varejista de produtos alimentícios, localizada na rua Major Heliodoro, onde atualmente funciona uma pizzaria. 

A reportagem entrou em contato com o vereador, ontem à tarde, mas ele se negou a comentar o assunto. Por telefone, o parlamentar questionou sobre o acesso do Jornal do Povo às informações e ameaçou: “vocês vão ter que provar”. Após isso, desligou.