Complexo cultural

Revisão de Plano Diretor ‘ressuscita’ projeto de Parque Linear no centro

Autor de ideia de transformação de áreas da antiga ferrovia em espaços para lazer e cultura defende investimento

29 OUT 2016 • POR Ana Cristina Santos • 11h54
Croqui de projeto do Parque Linear que pode ser construído na área da antiga ferrovia em Três Lagoas - MOB Arquitetos/ilustração

A área que pertencia a antiga ferrovia, no perímetro urbano de Três Lagoas, pode ser transformada em Parque Linear - um complexo urbano de atividades sociais, culturais, de recreação e lazer. O custo para executar os investimentos, na área central da cidade, seria de R$ 35 milhões. Para a construção de uma avenida ao longo da ferrovia, entre outras benfeitorias, seriam necessários mais R$ 40 milhões.

O projeto foi elaborado em 2013 por um grupo liderado pelo arquiteto e urbanista Ângelo Marcos Vieira de Arruda, professor e coordenador do Observatório de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal (UFMS) a pedido da prefeita Márcia Moura (PMDB). A proposta começou a ser discutida, em 2011, durante a revisão do Plano Diretor.

Mas, ficou parada devido à falta de dinheiro e porque o município não recebeu da União a posse do terreno. No entanto, agora, com os planos Diretor Participativo, Três Lagoas Sustentável e de Mobilidade Urbana, em fase de discussão e elaboração, e que preveem a preservação da área, o projeto foi apresentado ao Conselho Municipal de Turismo durante reunião realizada nesta quinta-feira (27), no Sebrae.

O parque é apontado como solução para a mobilidade urbana e melhora da qualidade de vida de moradores, que terão espaço para a prática de diversas atividades.  O complexo, instalado no polígono formado pelas avenidas Rosário Congro Clodoaldo Garcia, a rua João Dantas Filgueiras, e atravessa as ruas Aderaldo Bonfim, Coronel  Lima Figueiredo e Alexandre Abrão, em área de 28,6 hectares. Nesse espaço, a intervenção formal é de 13 hectares porque existem áreas privadas de ferroviários, excluídas do projeto.

No espaço estão estação, o armazém, oficinas e áreas livres e emblemáticas para a cidade, como o parque de eucaliptos. A ideia do projeto é “aliar atributos de lazer, cultura, desporto, recreação, cidadania, história e patrimônio cultural”.
O arquiteto ressalta ainda que o complexo configura um espaço urbano importante para a história da cidade “com prédios que, quando restaurados e com novo uso, vão contribuir para melhor utilização, como prática de atividades de caminhada, com ciclovias e atividades lúdicas e elementos esculturais que marquem a área”.

“O estudo que fizemos com a empresa MOB Arquitetos, de Campo Grande, e com o arquiteto Fayez José Rizk, que já trabalhou em Três Lagoas, é de permitir que haja uma multiplicidade de usos, partindo da rodovia BR-262, no Jardim Imperial, até o centro. Essa área seria utilizada para o ciclismo, esporte, e pode ser utilizada para um VLT [Veículo Leve Sobre Trilhos]  para transportar pessoas. Na área central seria criado esse parque - um dos maiores de Mato Grosso do Sul - para turismo, lazer  cultura, feira, exposições, museu, e para a instalação de um prédio para prefeitura” destacou Arruda.

Como a recuperação e preservação da área estão previstas nos planos Diretor Participativo e no Três Lagoas Sustentável, o arquiteto que foi contratado pela Fapec para elaborar o Plano de Mobilidade Urbana de Três Lagoas, considera esse o “momento certo” de apresentar o projeto do parque à sociedade. Para Arruda, “esse é o momento de juntar forças e tentar executar esse projeto, principalmente pelo fato da cidade ter uma nova gestão no próximo ano”.

Ainda de acordo com o arquiteto, a avenida que deve seguir o traçado ferroviário que corta a cidade, resolveria problemas de mobilidade urbana, prejudicado por um aumento de fluxo de veículos e pessoas devido a novas urbanizações, como os conjuntos habitacionais Novo Oeste e Orestinho

Arquiteto Ângelo Arruda apresenta projeto do Parque Linear aos membros do Conselho Municipal de Turismo