Qualidade?

Usuários reclamam de condições precárias no transporte coletivo

Demora, atrasos, precariedade dos veículos são algumas das reclamações dos usuários em Três Lagoas

7 ABR 2017 • POR Jonas Turolla • 09h04
Transporte coletivo ainda é precário em Três Lagoas, segundo usuários - Hugo Leal/JPNEWS

"Geralmente, são poucos minutos (de atraso). Não demora muito, não". Essa era a opinião de Aparecida de Cássia, moradora do bairro Jardim Santa Júlia, sobre a pontualidade dos ônibus em Três Lagoas. Era. Isso porque nesta quinta-feira (6), a dona de casa teve que esperar mais de uma hora para pegar sua condução para o bairro Vila Piloto devido ao atraso de um dos ônibus da linha Vila Piloto-Centro.

Atrasos como esse já viraram rotina na vida dos moradores de Três Lagoas. Aliás, não só atrasos. Problemas como demora, falta de informação, precariedade dos veículos e motoristas imprudentes também integram a lista de reclamações dos usuários do transporte coletivo municipal. A reportagem do JPNEWS esteve no ponto de ônibus da praça Senador Ramez Tebet na manhã desta quinta e constatou a 'qualidade' do serviço na cidade.

"Para mim, o problema principal é a falta de informação. Falam um horário e (os ônibus) passam em outro, não informam os locais que eles vão passar nos bairros. Eu não sei dirigir e preciso do circular para ir para o Centro", opinou a dona de casa.

Já para a estudante Thais Santana, o principal problema é a demora. "O transporte público aqui demora muito. Já cheguei a ficar uma hora esperando no ponto. Sem contar que os ônibus estão quebrados. Tem um, que passa por volta das 16h, que sempre quebra", declarou.

O longo tempo de espera entre um ônibus e outro também foi citado pela aposentada Rosa Maria, de 62 anos. "É uma calamidade. Nunca tem ônibus no horário certo, a gente precisa ficar aguardando muito tempo. Tem pessoas idosas que não conseguem ficar muito tempo em pé e não têm bancos em alguns pontos, não tem cobertura... É difícil", criticou.

Quem também reclamou da situação do transporte coletivo foi o ajudante geral Albano Soares Faria. "Sábado não tem ônibus, domingo não tem ônibus, feriado não tem ônibus. E eles (ônibus) são tudo umas 'bagaças'. Tem uns motoristas novatos, que não conhecem a cidade, que esquecem dos quebra-molas e deixam todo mundo 'pulando pra cima'. Sem contar dos bancos, que são duros", disparou.

A reportagem conversou com o diretor do departamento de trânsito da Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Trânsito, Flavio Thomé, que prometeu cobrar providências da empresa responsável pelo transporte coletivo. "Quando a gente vai lá parece que tudo funciona. Mas a população tem que ligar para nós e reclamar para a gente poder cobrar da empresa", afirmou.

Ainda segundo o diretor, alguns dos problemas constatados serão resolvidos ainda esse ano. "O contrato com a empresa é válido por 10 anos e vamos entrar no 10º ano, ou seja, por contrato, a empresa vai ter que trocar os 13 ônibus ainda este ano. Em relação ao tempo de espera entre um ônibus e outro na linha Vila Piloto-Centro, nós teríamos que comprar mais um veículo. Aí diminuiria (o tempo de espera) para meia hora. Mas tem que ter demanda", prometeu.

A reportagem tentou entrar em contato com a empresa Viação Três Lagoas, mas não obteve retorno.