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PM apreende armas, drogas e celulares em Penitenciária

A operação contou com a participação de 60 policiais militares

Por Danilo Fiuza
12/12/2008 • 06h15
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A Penitenciária de Segurança Média, em Três Lagoas, ficou tomada por policiais militares na manhã desta quita-feira (11). Às 5h30, a Polícia Militar (PM) anunciava: é hora de pente-fino. A operação, que contou com a presença de cerca de 60 militares, foi realizada em todos os pavilhões. Os presos eram retirados das celas, revistados e depois a revista era repetida dentro das celas. Alguns dos internos foram contra a ação. De acordo com o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Washington Oliveira, seis presos tiveram de ser detidos por desobediência e até ameaças a policiais militares. “Um deles teve de ser contido à força após tentar agredir os policiais, este irá responder por agressão também”, disse.
Com a situação controlada é iniciada a revista nas celas. A quantidade de material apreendido foi menor em que as operações anteriores em relação a aparelhos celulares, mas ainda assim é preocupante. O comandante apresenta dois possíveis motivos para esta redução: resultado das operações anteriores – apenas neste ano foram cinco operações naquela unidade penal -, e a realização de pentes-finos em outras unidades do Estado. “No começo do mês, a Secretaria de Segurança Pública do Estado determinou que todas as penitenciárias passassem por um pente-fino na terça-feira (9), no entanto, no nosso caso, por problemas operacionais, tivemos que adiar para hoje (a entrevista foi realizada no final da manhã de ontem) e este tipo de informação, infelizmente, circula entre os presos. Muitos podem ter jogado fora os celulares já quando souberam dos pentes-finos no dia nove. Porém, acredito que conseguimos manter e até aumentar o efeito surpresa”.

MATERIAL APREENDIDO


Conforme relatório preliminar da PM, foram apreendidos três celulares e três tabletes de maconha no pavilhão IV; quatro “paradinhas” e uma pedra maior de crack e uma porção de maconha, no Pavilhão I; e uma bateria de celular e uma porção de maconha, no III. Além disso, o chão do centro do serviço reservado da PM ficou relativamente cheio de armas artesanais (facas, punhais e outras), “rabos-quente” (objeto de fabricação artesanal, utilizado como aquecedor), maricas e seringas. “Apenas o Pavilhão II estava limpo”, disse um policial.
Em meios aos objetos, os policiais militares também encontraram “estatutos” de facções criminosas escrito em folhas de caderno. Mas o que mais chamou a atenção foi um bilhete, possivelmente encaminhado de um interno para outro. Nele, o preso elogiava o colega, mas acrescentava que a maconha vendida por ele estava “ruim” e até provocando dores de cabeça. A carta também foi apreendida pela polícia.
“Toda vez que se faz operações nos presídios tem apreensões. Não acaba. Para as armas artesanais ainda há justificativa, a maioria é fabricada pelos presos. Mas o aparecimento de drogas e celulares só pode indicar falha na revista”, disse Washington.
Ao final da operação, os presos realizaram outra manifestação. Um pequeno grupo de internos ateou foto em colchões e cobertores que estavam no pátio do pavilhão I. Duas viaturas do Corpo de Bombeiros foram acionadas, sendo uma de combate à incêndio e outra de resgate, porém chegando ao local, os bombeiros encontraram a situação controlada. Ninguém se feriu.
Ao todo, oito presos foram detidos e encaminhados ao 2º Distrito Policial: os seis internos já citados – sendo três deles do Pavilhão I - e outros dois, desta vez, acusados de tráfico de drogas - parte do entorpecente encontrado estava na cela deles. Todos foram autuados em flagrante por seus respectivos delitos e recambiados para a Penitenciária. A operação se estendeu, dentro do presídio, até às 10 horas.
O comandante afirma que a intenção do comando é realizar mais operações nas unidades penais do Município ainda neste ano. Hoje, a Penitenciária de Segurança Média conta com cerca de 460 internos.

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