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Câmara aprova moção de repúdio contra agressão racial sofrida por vereador

Vereadores aprovaram na sessão desta terça-feira moção de repúdio contra ato discriminatório sofrido por Renée Venâncio

Por Ana Cristina Santos
22/02/2017 • 11h07
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A Câmara de Três Lagoas aprovou por unanimidade na sessão desta terça-feira (21) requerimento de moção de repúdio contra um professor acusado de ato discriminatório e racista contra o vereador Renée Venâncio (PSD).

O vereador foi vítima de preconceito através de um comentário feito por um professor na rede social. “Esse senhor é o rei da piada pronta. Um capitão do mato que acredita que a casa grande o recebe bem, porque ele não dorme mais na senzala”, diz o professor em seu comentário no facebook, referente a uma notícia de que o vereador teria “colocado maconheiros para correr” no banheiro da praça Senador Ramez Tebet.

Na sessão desta terça-feira, Renée usou a tribuna para comentar o episódio, e recebeu o apoio de todos os colegas que lamentaram o fato e aprovaram a moção de repúdio. “É um ato que me conforta, porque quando sofremos um ato de violência, que não é física, mas moral, quando as pessoas te subestimam por conta da sua cor. Fico grato a todos pela solidariedade”, disse o parlamentar.

O presidente da Câmara, André Bittencourt (PSDB), também lamentou o fato e disse que isso jamais poderia ter ocorrido, seja com o vereador, ou com qualquer outra pessoa. “Isso não pode acontecer, não só em relação ao racismo, mas qualquer outro preconceito”, declarou o presidente da Casa.

 OUTRO LADO

Em sua página na rede social, o professor acusado de ato discriminatório, postou o seguinte comentário. “Eu critiquei o vereador pelo fato dele se gloriar de ter expulso jovens que, na opinião dele, consumiam maconha numa praça central de Três lagoas. Usei uma metáfora para isso, a do velho capitão do mato, que perseguia pessoas sendo pago para isso pelos donos de escravos. Naquela época, os indesejados sociais eram os fujões. Hoje em dia, elegem dependentes químicos como indesejados socialmente. Por eu ter usado uma metáfora, fui mal compreendido. Em nenhum momento tive a intenção de ofender ao vereador ou a quem quer que fosse, muito menos de praticar racismo. Sendo trineto de uma escrava, por parte de mãe, e pai de um filho de 5 anos, autista, sei bem o que é o preconceito e jamais o praticaria. Mas, fui, mesmo, infeliz ao empregar a metáfora, pois muita gente não compreendeu. Diante disso, fiz um pedido de desculpas, uma retratação, no perfil do vereador. Esclareci que não tive, mesmo, qualquer intenção ofensiva, injuriosa, preconceituosa ou racista, mas, diante da repercussão do caso e da quantidade de pessoas que não conseguiu compreender o sentido da metáfora, achei por bem esclarecer e pedir desculpas, retratando-me”, diz o professor.

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