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Inflação oficial cai, mas preços de produtos assustam consumidor

Inflação fecha 2017 com menor taxa desde 1998, mas altas seguidas dos combustíveis e do gás, por exemplo, preocupam

Setor de Alimentação e Bebidas foi o que mais contribuiu para conter a inflação - Agência Brasil
Setor de Alimentação e Bebidas foi o que mais contribuiu para conter a inflação - Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, fechou em 2017 com alta acumulada de 2,95%, resultado 3,34 pontos percentuais inferior aos 6,29% de 2016. É o menor número desde a taxa de 1998 quando ficou em 1,65%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O que muitos consumidores não entendem, principalmente os de renda mais baixa, é como alguns itens sobem tanto, se a inflação está em baixa. O gás de cozinha teve, no ano passado, a maior alta desde 2002 (16,4%). O preço dos combustíveis também anda assustando o consumidor. Em Três Lagoas, a gasolina é encontrada a R$ 4,49. Nos últimos meses, o reajuste do combustível chegou a 15%, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP).

A conta de energia também não vem agradando: apesar de começar o ano com bandeira tarifária verde, sem cobrança extra, 2017 terminou com as concessionárias cobrando até R$ 5 a cada 100 quilowatts/hora consumidos, deixando a bandeira – e a conta – vermelhas.

O especialista em finanças Thiago Nigro explica que a inflação oficial é apenas uma média e que o governo aproveita o momento para reajustar itens que controla. Por isso, recomenda que cada um analise os próprios gastos. “Entendendo que isso sempre vai ocorrer recorrentemente, a gente não pode depender de governo ou ficar reclamando por aí. Precisamos ser protagonistas, tomar atitude e encontrar formas de economizar, aumentar renda ou substituir produtos”, diz, em entrevista à TV Cultura.

Dos nove grupos que compõem o IPCA, o setor de Alimentação e Bebidas foi o que mais contribuiu para conter a inflação. Responsável por cerca de 25% das despesas das famílias, o grupo acusou queda acumulada (deflação) de 1,87%. Segundo o gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE, Fernando Gonçalves, a deflação dos alimentos foi consequência da produção agrícola, que teve uma safra cerca de 30% maior que a de 2016.

“Essa situação levou o consumidor a pagar mais barato (-1,87%) do que no ano anterior. É a primeira vez que o grupo apresenta deflação desde a implantação do Plano Real”, disse. (Com informações da Agência Brasil)