O mercado brasileiro de milho permanece travado neste fim de colheita no Centro-Sul. Produtores rejeitam propostas mais baixas, enquanto tradings “testam” valores menores sem sucesso. As exportações perdem fôlego pela concorrência do milho norte-americano.
Mesmo assim, a demanda doméstica é estimada em 94 milhões de toneladas em 2025 (contra 89 mi t em 2024). O avanço do etanol de milho já é apontado entre 23 e 24 mi t, acima dos 21–22 mi t citados anteriormente. Isso dá piso às cotações, mantendo a lateralidade com viés de alta.
Contexto e fatores:
- Final da colheita e logística comprimida no Centro-Sul reduzem o apetite do produtor por vender “na pressão”, reforçando a sustentação de preços.
- Exportação mais fraca: a colheita brasileira, um pouco mais tardia, empurrou embarques para a janela. Nessa janela, o milho dos EUA (425–430 mi t de produção) entra pesado no mercado global, barateando a concorrência.
- Produtor resiste: movimentos coordenados de compra a preços menores (“testes”) não encontraram oferta relevante; o resultado foi negócios escassos e preços estáveis nas principais praças.
- Consumo interno firme: projeção de 94 mi t em 2025 sustenta o mercado. O etanol de milho sobe de patamar, com analistas já falando em 23–24 mi t de demanda — acima do intervalo citado até agosto (21–22 mi t).
Leitura de curto prazo:
- Com produção doméstica robusta e exportação pressionada pela competição externa, o consumo interno (ração, indústria e biocombustíveis) tende a ancorar preços.
- O quadro-base é de lateralidade, mas com tendência de alta, à medida que a oferta de vendedores fica seletiva e a indústria mantém compras regulares.
O que monitorar:
- Compasso das compras industriais (ração e etanol).
- Eventuais janelas de exportação com prêmios melhores.
- Fluxo de fretes/portos e alívio logístico pós-colheita.
- Sinais de mudança na postura do produtor diante de novas rodadas de preços.