DIVIDIDO

PDT de MS recebe interventor nesta quarta-feira para debater futuro do partido

Diretoria regional escolheu apoiar Riedel, mas Executiva nacional prefere se aproximar de Marquinhos Trad

27 ABR 2022 • POR Nyelder Rodrigues • 09h36
Ao centro, Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, com Marcelo Panella, tesoureiro e interventor em MS ao seu lado, de camisa listrada - Reprodução/Facebook

De um lado, líderes regionais apoiadores do tucano Eduardo Riedel. Do outro, diretores nacionais que preferem uma aproximação com o ex-prefeito campo-grandense Marquinhos Trad (PSD). Essa é a atual situação enfrentada pelo PDT de Mato Grosso do Sul, que deve definir em breve qual caminho tomar para o pleito de outubro.

É com esse cenário de insatisfação geral que a sigla recebe nesta quarta-feira (27) o interventor Marcelo Panella, tesoureiro nacional do partido e nome escolhido para chefiar o diretório local até pouco depois das eleições deste ano.

A medida foi tomada pela Executiva nacional após o ex-presidente da legenda em Mato Grosso do Sul, o deputado federal Dagoberto Nogueira, anunciar sua saída e ida para o PSDB, que hoje faz parte de grupo de aliados e onde ele teria mais chances de se reeleger.

O comando ficou nas mãos de um velho cacique, João Leite Schimidt, mas o poder ficou com ele por pouco tempo, já que a intervenção destituiu não só ele, mas todo o diretório regional. Em seus lugares, além de Panella, dois nomes chamaram a atenção: o do advogado e recém filiado José Belga Trad, e de Alelis Izabel de Oliveira Gomes.

Belga Trad é primo de Marquinhos, enquanto Alelis é a atual secretária de Educação da prefeitura, substituindo Elza Fernandes, que saiu do cargo para concorrer às eleições. A situação aumentou a crise que já assolava o partido no Estado.

O PDT tem procurado uma plataforma para Ciro Gomes tida como "neutra", ou seja, não esteja abraçada com outra pré-candidatura. Riedel já anunciou que tem como prioridade o presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-ministra Tereza Cristina (PP), mas que segue aberto para receber as siglas consideradas mais à esquerda, como é o caso do PDT e também do PSB.

No fechamento da janela partidária, a saída de Dagoberto para o ninho tucano ocorreu em paralelo à filiações de dois nomes ligados ao governo de Reinaldo Azambuja (PSDB): o deputado estadual Lucas de Lima e o ex-secretário e ex-deputado Enelvo Felini. Ambos vão concorrer à uma cadeira na Assembleia Legislativa e migraram justamente para isso.

Contudo, as campanhas de ambos ficam em xeque a partir dessa mudança e intervenção da Executiva nacional. O encontro entre Panella e correligionários sul-mato-grossenses não tem horário divulgado, mas deve ocorrer na sede do partido em Campo Grande. Antes, Panella deve ainda fazer reuniões individuais, uma delas com Lucas de Lima.