A entrega final da UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3), cuja construção começou em 2011 e está paralisada desde 2014 com 81% da estrutura concluída, voltou ao topo da agenda da Petrobras. Segundo o secretário estadual da Semadesc, Jaime Verruck, a presidente da estatal, Magda Chambriard, confirmou que a fábrica de Três Lagoas é prioridade.
Ela afirmou que o restante do empreendimento será “fatiado” em sete etapas para acelerar a conclusão.
Em reunião na segunda-feira (1º), Verruck disse ter retornado a Mato Grosso do Sul com otimismo para que até o primeiro semestre de 2026 a fábrica tenha sua estrutura concluída. Ele detalhou que as empresas interessadas em disputar a finalização devem enviar cotações até novembro.
Esta é uma condição essencial para que as obras iniciem no primeiro semestre de 2026. Em encontro realizado ontem (2), em São Paulo, durante o Fórum Internacional de Biogás, Magda Chambriard reafirmou a prioridade do projeto.
De acordo com Verruck, a Petrobras concluiu a avaliação e decidiu dividi-lo em sete blocos. As propostas precisam ser apresentadas até 30 de novembro.
“Foi muito positivo ouvir dela que a UFN3 é prioridade. Até novembro, as propostas serão entregues e, a partir daí, a Petrobras vai devolver as análises. A ideia é iniciar a obra no primeiro semestre do ano que vem”, afirmou.
24 meses de execução e operação prevista para 2028
Com investimento previsto de US$ 800 milhões, a previsão é de 24 meses de execução após o fim dos trâmites burocráticos.
O início da construção, previsto para o primeiro semestre de 2026, garantiria a produção de ureia em 2028. A UFN3 foi projetada para produzir cerca de 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil toneladas de amônia por ano. Segundo a Petrobras, os contratos de retomada ainda serão assinados. O início de operação está previsto para 2028.
A unidade atenderá a mais 15% do consumo nacional de fertilizantes. Somada a outras plantas no País, a cobertura atingirá 30% da necessidade interna.
Impacto regional, passivos e novos investimentos
A paralisação em novembro de 2014 deixou dívida de R$ 36 milhões com empresários locais e marcou “tempos sombrios” para Três Lagoas. Dez anos depois, a retomada das obras — então paradas com 80% da indústria pronta — volta a animar o setor produtivo. Atualizados, os valores chegam a cerca de R$ 150 milhões em 2024.
Apesar do histórico, a notícia da retomada e dos investimentos estimados em R$ 3,5 bilhões é vista com bons olhos.
O projeto já conta com incentivos e acordos firmados entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Três Lagoas. Esta recentemente prorrogou benefícios para garantir a viabilidade da unidade. Para Verruck, a definição reforça o caráter estratégico da UFN3 diante da dependência do Brasil de fertilizantes.
“Fiquei bastante satisfeito com o nível de prioridade que ela me passou. Isso demonstra que, diante do problema do tarifaço e da dependência do Brasil de fertilizantes, a estatal está efetivamente tratando a UFN3 como estratégica”, afirmou.
Próximos passos
- Divisão em 7 etapas/blocos para contratação.
- Cotações até novembro (30 de novembro como marco de referência operacional).
- Início das obras no primeiro semestre (plano reafirmado por Verruck).
- Janela de execução de 24 meses após o start da construção, com produção em 2028.