
Em entrevista ao RCN Notícias, o proprietário da Auto Escola Modelo, de Aparecida do Taboado, André Jardim, manifestou preocupação com as mudanças anunciadas pelo governo para o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Para ele, a flexibilização das regras ameaça o funcionamento das autoescolas, pode gerar desemprego no setor e levanta dúvidas sobre a qualidade do ensino oferecido aos futuros motoristas.
A principal alteração prevista é a possibilidade de tornar as aulas práticas de direção opcionais, extinguindo a atual obrigatoriedade de 20 horas-aula mínimas para a primeira habilitação na categoria B. Dessa forma, os candidatos poderão optar por realizar as aulas com autoescolas ou com instrutores autônomos credenciados pelo Detran, utilizando veículos das instituições, dos instrutores ou até mesmo o próprio carro.
Caso prefiram, os candidatos poderão ir diretamente ao exame prático, após estudar por conta própria, sem qualquer instrução prévia formal. Para André Jardim, essa mudança coloca em risco a preparação adequada dos novos condutores.
Outro ponto relevante é a dispensa das aulas teóricas presenciais. Com a proposta, o candidato poderá estudar sozinho e iniciar todo o processo de habilitação diretamente pela internet, por meio do site da Senatran ou do aplicativo Carteira Digital de Trânsito (CDT). Apenas os exames teórico e prático serão mantidos.
O novo modelo também traz alterações na avaliação prática, que passa a funcionar com pontuação inicial de 100 pontos, reduzidos conforme as faltas cometidas durante a prova. Além disso, caso haja disponibilidade de vagas, o candidato poderá refazer o exame no mesmo dia.
Para Jardim, as mudanças podem gerar um impacto negativo em cadeia.
O setor aguarda novos desdobramentos e possíveis ajustes nas propostas, enquanto profissionais e especialistas discutem os efeitos da flexibilização no trânsito e na formação de novos motoristas.