Veículos de Comunicação

SAÚDE ANIMAL

Protetoras denunciam corte em castrações e cobram retorno dos atendimentos da Subea

Medida reduz drasticamente o acesso a castrações, ameaçando controle da população de animais e aumento de zoonoses

Atualmente mais de 200 protetoras estão cadastradas no sistema de atendimento - Foto: Reprodução/ Redes Sociais
Atualmente mais de 200 protetoras estão cadastradas no sistema de atendimento - Foto: Reprodução/ Redes Sociais

Protetoras independentes e Organizações da Sociedade Civil (OSCs) de Campo Grande se mobilizam contra a suspensão dos atendimentos exclusivos às quartas-feiras na Superintendência de Bem-Estar Animal (Subea). A decisão, tomada pela Prefeitura Municipal, reduziu drasticamente o acesso às castrações de animais sob responsabilidade dessas entidades, que alegam risco de agravamento do abandono e de problemas de saúde pública.

A Comissão Permanente de Trabalho em Prol dos Animais, que representa o grupo, afirma que a medida inviabiliza o trabalho voluntário realizado por protetoras e OSCs. “Foram retirados mais de 90% das nossas castrações. São mais de 200 protetoras cadastradas que dependem desse serviço”, explicou Dani Reis, representante do movimento. Segundo ela, o limite de dez animais por dia no programa itinerante é insuficiente diante da demanda.

O impacto, segundo as protetoras, vai além da causa animal. Com menos castrações, aumenta a chance de proliferação de animais nas ruas, abandono, maus-tratos e até de zoonoses, doenças transmissíveis que podem afetar a população em geral. A mobilização busca sensibilizar a Prefeitura para que o atendimento semanal seja retomado.

Além de uma petição pública online, o grupo organiza ato em frente à Subea nesta quarta-feira (20), às 6h30.

Segundo a Comissão, a justificativa da suspensão dos atendimento foi baseada no Decreto n. 16.203, publicado em 7 de março de 2025, que estabelece medidas de contingenciamento orçamentário e determina a redução mínima de 25% no consumo de água, energia elétrica, combustíveis, outsourcing de impressão e serviços de terceiros.

O novo formato de atendimento prevê 10 senhas por dia (cinco pela manhã e cinco à tarde) tanto na Unidade de Bem-Estar Animal (Ubea) quanto no consultório móvel, além do atendimento itinerante.

As protetoras, no entanto, consideram o modelo insuficiente e reivindicam que o corte respeite o limite de 25% previsto no decreto, e não a quase totalidade do serviço destinado a elas.

A reportagem entrou em contato com a Subea e aguarda resposta.