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Três Lagoas, 27 de abril

Persona: Monari avalia seus seis anos de trabalho à frente do 2º BPM

Tenente-coronel deixa o cargo para assumir posto em Campo Grande

Por Ariane Pontes
05/12/2015 • 10h14
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Com 25 anos de carreira militar - seis deles à frente do 2° Batalhão de Polícia Militar de Três Lagoas -, o tenente-coronel Wilson Sérgio Monari se despede da cidade neste dia 22 para assumir um novo cargo, na PM de Campo Grande. Durante o tempo em que ficou na cidade, Monari acompanhou os desafios da segurança pública diante do crescimento econômico e populacional de Três Lagoas. Em entrevista, o militar fez uma avaliação do trabalho no comando da principal unidade da PM na Costa Leste de Mato Grosso do Sul.

 a situação do Batalhão quando o senhor assumiu (número de viaturas, estrutura e número de policiais) e como o senhor entrega a corporação agora? 
Wilson Sérgio Monari - Nós tínhamos uma dificuldade muito grande em termos de infraestrutura e efetivo, e os números dos índices da violência eram alarmantes, principalmente os de roubos. Nessa época, estava em andamento o primeiro projeto da Fibria, o  Horizonte 1. Em 2009, tínhamos índice de 600 roubos e 30 homicídios por ano. E, nesse tempo, conseguimos baixar [os índices] significativamente. Os roubos, por exemplo, chegamos a fechar com menos de 300 e 13 homicídios. Lembrando que dessa data para cá tivemos um aumento considerável da população, mas conseguimos diminuir as taxas de violência.

JP - Nesses anos, quais são os trabalhos que o senhor julga como marcantes?
Monari - Nesse tempo tivemos várias operações policiais. Entre as que mais marcaram estão as duas mortes de companheiros de trabalho. Em 2010, perdemos um policial da Rondas Ostensivas e Táticas do Interior [Rotai] e, em 2013, um policial aposentado. Conseguimos dar uma reposta à sociedade, prendendo aqueles que praticaram os crimes. Tivemos outras operações, prendendo quadrilhas que praticaram roubos na cidade. Numa operação, tivemos confronto direto com criminosos, em 2013,  [contra] uma quadrilha que atuava em roubos na região do Sucuriú e outra, em 2010, uma quadrilha que praticava furtos na área rural e nas cidades de Selvíria, Inocência e Ilha Solteira. Destaco também outras parcerias conquistadas ao longo desses anos, que foram fundamentais para estruturar a instituição PM, em termos de viaturas, equipamentos, como no sistema de instalação do vídeo-monitoramento 190, com o Comitê de Desenvolvimento Sustentável e empresas que se instalaram aqui; Fibria, Eldorado, Cargill, Sitrel, UFN3 e outras.
Tive a oportunidade de estender as aulas do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) para todas as instituições de ensino, tanto públicas quanto privadas, na área rural e assentamentos. 

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JP - Qual foi um dos focos da PM nesses anos?
Monari - Nesse período fizemos um enfrentando forte em relação às drogas. No início do nosso trabalho apreendemos 300 quilos de drogas em um ano.  Hoje, estamos com um total de nove toneladas. O tráfico é um mal que causa um estrago enorme à sociedade. Quando se combate o tráfico, combate também o homicídio, roubo, furto e outros crimes.

JP - O senhor deixa o comando da PM para assumir qual posto e em qual cidade?
MonarI - Ainda não está definido. Sei que vou para Campo Grande, mas não tenho cargo definido. 

JP - Quais são os novos desafios que enfrentará?
Monari - Independentemente de onde for, ou no lugar que for designado, vou trabalhar com o mesmo afinco e dedicação. Vou procurar fazer o melhor para minha instituição e sociedade.

JP - O senhor esteve à frente da PM no período de construção do complexo fabril da IP e da antiga VCP. Naquela época, houve problemas com greves e aumento da criminalidade. O senhor acha que o novo comandante deverá enfrentar os mesmos problemas agora com a expansão das duas fábricas de celulose? 
Monari - Em todos esses casos e outras instalações, tivemos greves e outros problemas - momentos críticos como foi o caso da UFN3. Essas situações deram bagagem para a PM enfrentar novas [situações] que possam surgir. Vamos torcer para que não aconteçam. 
No início, não tínhamos equipamento de choque, escudos, coletes; também não tínhamos um pelotão de choque aqui na cidade que pudesse dar uma primeira intervenção. Hoje temos o pelotão da Rotai, temos equipamentos, conhecimento e preparo técnico. Estamos, sim, hoje melhor preparados se caso for necessário em situações dessas.

JP - Qual foi o período mas crítico da segurança pública de Três Lagoas. Por que? 
Monari - O período de 2009 e 2010 quando chegaram os primeiros grandes empreendimentos em Três Lagoas, e estávamos com efetivo reduzido e estrutura não condizente. 

JP - O sr. também é rotariano. Como é o trabalho no Rotary  de Três Lagoas?
Monari - Participar [do Rotary] é uma forma de fazer algo por mim e pela sociedade. Tive a oportunidade de ser presidente no ano em que assumi o Batalhão. É algo que faz parte da minha vida; uma instituição formidável, que presta uma série de serviços à comunidade, e de apoio às instituições. Sempre valorizamos o espírito de companheirismo. É um local onde tive a oportunidade de fazer grandes amizades e, onde estiver, pretendo integrá-la.

JP - Deixe uma mensagem para seus comandados e sociedade:
Monari - Deixo a mensagem de gratidão para minha equipe, que sempre fez ‘o algo mais’. Todos saíram de sua zona de conforto para contribuir com a comunidade. A sociedade precisa de paz e de dias melhores.

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