O Brasil deve colher 339,6 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/25, um crescimento de 14,2% em comparação ao ciclo anterior, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O avanço é sustentado pela expansão de área plantada, que atingiu 81,8 milhões de hectares, alta de 2,3% frente à temporada passada.
O recorde histórico, no entanto, reacende uma preocupação antiga do setor: a insuficiência da capacidade de armazenagem. Atualmente, a estrutura estática cobre apenas 64% da produção, deixando um déficit superior a 120 milhões de toneladas. A situação compromete a estratégia de vendas, encarece custos e aumenta riscos de perda de qualidade até a chegada ao consumidor final.
Desafios na Armazenagem da Safra Brasileira
O programa Agro é Massa, transmitido pela Massa FM, destacou que, se houvesse armazenagem adequada, os produtores poderiam planejar melhor sua comercialização, garantindo preços mais competitivos. O déficit obriga agricultores a acelerar a venda da produção, muitas vezes em condições desfavoráveis de mercado.
Além da estocagem limitada, os gargalos logísticos também pesam sobre a competitividade brasileira. O transporte segue concentrado nas rodovias, que tornam o escoamento caro e demorado. Especialistas reforçam a necessidade de maior investimento em ferrovias e hidrovias, alternativas que poderiam reduzir custos e ampliar a eficiência do agronegócio.
Mesmo diante desses entraves, a pujança da safra confirma o protagonismo do agro na economia nacional. Porém, para que o desempenho do campo se traduza em ganhos sustentáveis, será essencial superar os desafios estruturais de armazenagem e logística, que já se mostram o maior entrave ao crescimento contínuo do setor.