O mercado do milho no Brasil tem se mantido lateralizado nas últimas semanas, o que significa que, embora os preços não subam, também não registram quedas significativas. Essa estabilidade ocorre mesmo após uma colheita de safrinha muito boa na região centro-sul brasileira.
A Influência da Safra Recorde Norte-Americana
Uma das principais forças por trás da dinâmica atual do mercado é a colheita recorde de milho nos Estados Unidos. Os números oficiais do departamento de agricultura daquele país estimam 425 milhões de toneladas, enquanto a consultoria Stonex projeta um pouco menos, 421 milhões de toneladas. Para se ter uma ideia, 421 milhões de toneladas é pouco mais de três vezes a safra total do Brasil.
Essa produção gigantesca dos EUA resulta em uma forte influência no mercado internacional, elevando a competitividade. O milho norte-americano, com sua vasta oferta, acaba se tornando mais barato, o que reduz a capacidade do milho brasileiro de competir no cenário global.
Desafios para o Milho Brasileiro
O Brasil enfrentou uma colheita tardia, que, apesar de ter contribuído para uma safra final maior do que as estimativas iniciais, acabou tirando o país do “melhor momento” para exportar, que seria até agosto ou início de setembro. Com isso, o milho brasileiro terá que disputar o mercado internacional diretamente com o milho norte-americano. O ano comercial do milho no Brasil se encerra em 31 de janeiro.
Cenário Interno e Estabilidade do Mercado de Milho
Internamente, a situação é diferente. Apesar da colheita recorde no Brasil, há uma demanda doméstica intensa. Essa forte procura interna tem levado os produtores em estados como Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná a não aceitarem preços mais baixos do que os praticados, contribuindo para a estabilização do mercado.
Outro fator que apoia os preços internos é a apreciação do Real frente ao dólar.
Impactos da Comercialização Lenta e Estoques Elevados
No entanto, a resistência dos produtores em vender a preços mais baixos resultou em uma comercialização lenta. Estima-se que ainda há entre 48 milhões e 53 milhões de toneladas de milho da safra 24/25 a serem vendidas, com uma média ponderada de 50,5 milhões de toneladas. Em algum momento, esse volume pode pesar sobre o mercado, especialmente devido a fatores logísticos de armazenamento
