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Comércio exterior na fronteira Brasil-Bolívia enfrenta caos

Fila de caminhões, prejuízo de transportadoras e atraso na liberação de veículos

Caminhões passaram a acumular-se em uma fila ao longo da Rodovia Ramão Gomes (BR-262), que dá acesso à fronteira - Foto: Rodolfo Cesar
Caminhões passaram a acumular-se em uma fila ao longo da Rodovia Ramão Gomes (BR-262), que dá acesso à fronteira - Foto: Rodolfo Cesar

O setor de comércio exterior no porto seco da Agesa em Corumbá, enfrenta uma situação de caos e sem previsão de solução. O local, na fronteira do Brasil com a Bolívia, está com fila de caminhões que chega a 3 km, sem contar os veículos parados no pátio. Esse cenário ocorre por conta da operação-padrão da Receita Federal, que pressiona o governo para que reveja o corte orçamentário de 50% feito na pasta para 2022.

Segundo apurado pela reportagem, a operação padrão acontece desde 24 de dezembro de 2021 e desde então, os problemas só aumentam. Caminhoneiros fizeram protesto para alertar sobre o cenário e por 48 horas fecharam o Porto Seco. Caminhões passaram a acumular-se em uma fila ao longo da Rodovia Ramão Gomes (BR-262), que dá acesso à fronteira. Como esses veículos não puderam dar entrada no procedimento de exportação desde o último final de semana, houve acúmulo de procedimentos.

O protesto das transportadoras ocorreu entre a segunda e terça, e a operação-padrão da Receita Federal está realizando procedimentos de desembaraço de cargas somente às segundas e sextas. Com isso, a situação de caos só deve piorar nos próximos dias. O Porto Seco em Corumbá é responsável por movimentar mais de R$ 1 bilhão ao ano, além de ser uma das principais vias para a exportação da Bolívia para o Brasil e para cargas que têm destino a Europa.

Mesmo com o envolvimento dos caminhoneiros, transportadoras e a própria operação-padrão da Receita, o governo federal ainda não deu sinais que podem rever o corte orçamentário. Apuração com o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Mato Grosso do Sul (Sindifisco), indicou que não existe negociação avançada para que a manifestação de auditores-fiscais seja encerrada.

O Setlog Pantanal, sindicato da categoria de caminhões para Corumbá e Ladário, informou que se não houver fim da operação-padrãoaté o final deste mês, deverá fazer bloqueio total do Porto Seco e por tempo indeterminado. Com essa operação-padrão, cargas para importação e exportação estão demorando, ao menos, 15 dias para serem liberadas para seguir viagem. O tempo em períodos normais é de até 3 dias.