A Santa Casa de Campo Grande realizou na última semana, um procedimento cirúrgico inédito, conhecido como “Policização do Indicador”. O processo consiste em transferir o dedo indicador da mão para a função do polegar, para que o paciente tenha a funcionalidade de uma “pinça”, movimento de 70% da mão, além de melhorar o visual/estética. De acordo com o hospital, o paciente é uma criança de seis anos que nasceu com deformidade na mão direita, decorrente de um problema no tubo neural. Essa patologia pode causar lesões nervosas, dificuldades de aprendizagem, paralisia e até a morte.
Na cirurgia são transplantados tendões, ossos, músculos, vascularização e inervação, na posição do polegar, ou seja, se transplanta um dedo na função de outro. A intenção do procedimento é deixar o membro mais funcional, já que o dedão é responsável por 40% a 60% do movimento da região. O médico ortopedista responsável pelo procedimento, dr. Felipe Roth, explica que o reposicionamento é importante para a mão conseguir segurar objetos.
“Ele tinha um pedaço do polegar existente, mas não funcionava. Foi uma deformação no tubo neural e para resolver a gente transplantou o segundo dedo para a posição de polegar. Agora ele conseguirá escrever, pintar e pegar objetos, além de aumentar a qualidade de vida”, analisou.
Segundo o hospital, o paciente já teve alta na última semana. Durante os próximos seis a oito semanas, ele utilizará uma órtese, em seguida será trabalhado com profissionais de fisioterapia e terapia ocupacional a função motora dos dedos. Ao todo, serão quatro meses de acompanhamento pós-cirurgia para que o paciente seja liberado e tenha uma vida normal. Em 2020, após a alta hospitalar da cirurgia feita na mão direita e usou durante oito semanas uma órtese.
A cirurgia contou com o auxílio dos ortopedistas, Dra. Ana Tereza de Alcântara e Dr. Celso Hirakawa, a instrumentadora, Cassiana de Quadros, além da equipe de enfermagem e demais profissionais do centro cirúrgico.