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Idade nem sempre é empecilho para doação

Última captação de fígado na capital foi feita em paciente de 60 anos

Última captação de fígado na capital foi feita em paciente de 60 anos - Foto: Divulgação
Última captação de fígado na capital foi feita em paciente de 60 anos - Foto: Divulgação

A última terça-feira (08) marcou o dia da segunda captação de órgãos e tecidos para transplante deste ano na Santa Casa de Campo Grande. Foram o fígado, rins e córneas de uma mulher de 60 anos que evoluiu para morte encefálica após um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVC). Essa foi a segunda captação do ano na Santa Casa, sendo a primeira de fígado. Que inclusive, após a extração pela equipe de cirurgiões, foi levado para ser implantado em um paciente do Distrito Federal.

As córneas foram encaminhadas para o Banco de Olhos do hospital e os rins, captados pela equipe do serviço de urologia da Santa Casa, foram encaminhados para o Rio Grande do Sul. Com a doação de terça-feira, a Organização de Procura de Órgãos (OPO) de Campo Grande somou quatro captações de rins, um fígado e 56 córneas neste ano.

Devido a idade da doadora, outros órgãos não puderam ser aproveitados como o coração, pulmão e pâncreas. O único órgão sem limite de idade são as córneas, como explica a supervisora da OPO, Paolla Buhler.

“Até 50 anos a gente consegue a oferta de rins, coração, pulmão, fígado e pâncreas, mediante avaliação médica. Por exemplo, um doador de 20 anos que sofreu um acidente com contusão pulmonar, esse pulmão pode não ser viável. Tudo vai depender a avaliação feita previamente”, explicou.

Não há uma idade mínima estipulada para a doação, em geral as captações são aceitas a partir de dois a 50 anos de idade, faixa etária onde é possível doar órgãos como coração, pulmão, fígado, rins, córneas e pâncreas, a depender da avaliação médica. “Crianças a partir de um ano ou dois, dependendo da avaliação, até 80 anos. Então de 2 a 50 anos são viáveis após avaliação médica. De 50 anos até 70 fígado, rins de 70 a 75 e até 80 córneas”, elucidou.

Constatada a morte cerebral de um paciente é feito o acolhimento com a família, já que segundo a legislação o consentimento de familiares é essencial para a doação. Por isso, se você deseja ser um doador de órgãos é necessário deixar claro a sua vontade. Após a liberação da família, é iniciada a busca de possíveis receptores com apoio da central estadual de transplante.

“Em Mato Grosso do Sul a gente faz transplante de coração, rins e as córneas, que ficam no Banco de Olhos da Santa Casa. Se não tivermos compatibilidade ou não é viável a nível estadual é ofertado nacionalmente”, finalizou. É importante ressaltar que todo o procedimento relacionado a captação de órgãos não tem nenhum custo, bem como pagamento. A doação deve ser um ato altruísta em favor de outra vida.