A economia criativa é composta por setores que geram valor a partir da criatividade, talento individual e coletivo. Esses setores possuem potencial para gerar riqueza e empregos por meio da produção cultural. Atualmente no estado, mais de 1.400 Micro Empresas Individuais (MEI) estão ativas e esses trabalhos regionais são valorizados e expostos por meio de feiras organizadas pelos próprios empreendedores.
Há diversas feiras disponíveis na capital e, nesses eventos, os empresários aproveitam para venderem seus produtos e fortalecerem os pequenos negócios, sobretudo na pandemia, onde a criatividade se faz necessária para gerar lucro e sobreviver à crise. Esse é o caso da artesã Maria Karaquatá, que começou seu negócio na pandemia sem nenhum tipo de apoio e vendia seus produtos em casa mesmo. "Comecei vendendo para amigos e a medida que fui sentindo receptividade do público, fui expandindo minha produção, de um quarto passou pra sala, ai da sala a casa foi ficando pequena e então fui para um ateliê e agora é uma loja. Eu comecei a párticipar de uma feira pequena a convite de uma amiga, essa feira cresceu e hoje se tornou a CRIA, o principal evento que eu participo e que se encaixa no contexto do meu trabalho, que são produções autorais", relembra.
Ainda de acordo com a empreendedora, as feiras mais comuns em Campo Grande são a tradicional Feira da Bolívia, feira CRIA, Comércio Delas, Feira Dangi e a Feira da Praça do Peixe."Essas feiras são as que eu mais participo e confio, são ótimas oportunidades para pequenas empresas como a minha, mostrar e vender suas produções".
Dados da Receita Federal mostram que em Mato Grosso do Sul tem 1.410 microempresas ativas e que se encaixam na economia criativa e que possuem Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), desse total: 746 são empreendimentos do comércio varejista de bijuterias e artesanatos, 609 são atividades de produção de fotografias, 44 são comércio varejistas de objetos de artes, 6 são restauração de obras de arte e 5 correspondem à fabricação de instrumentos musicais e acessórios.
O MEI se mostrou uma saída para pessoas que decidiram começar um empreendimento na pandemia, o programa possui benefícios que facilitam a vida de quem quer ter seu próprio negócio. Segundo o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), os impostos para o MEI são especiais e tem os seguintes tributos, 5% do salário mínimo para a previdência social – (INSS), R$ 5,00 para o município (ISS), quando a atividade for de serviço e R$ 1,00 para o estado (ICMS), se tiver produtos comercializados ou industrializados.
Apesar das facilidades do MEI, há produtores que ainda sentem falta de políticas públicas para quem está começando, como é o caso do Fábio Touché, comerciante de moda autoral no setor de vestuário. "Sinto falta de linhas de crédito, eu mesmo comecei com a ajuda de familiares, mas tem muita gente talentosa por ai que eu conheço que acaba não conseguindo o capital necessário para começar, são artistas com trabalhos lindos que acabam sendo perdidos. Acredito que assim como eu, qualquer um pode abrir seu próprio negócio, mas começar do zero não é fácil".