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Em Corumbá

Receita e Polícia Federal interceptam maior carga de insumos para produzir cocaína

Carregamento, avaliado em mais de R$ 1 milhão, estava em seis caminhões

Carregamento, avaliado em mais de R$ 1 milhão, estava em seis caminhões - Foto: Divulgação/Receita Federal
Carregamento, avaliado em mais de R$ 1 milhão, estava em seis caminhões - Foto: Divulgação/Receita Federal

A Receita Federal e a Polícia Federal interceptaram 168 toneladas de ácido bórico transportado na região de Corumbá, sem documentação regular. A carga apreendida tinha origem no Peru e estava em seis caminhões.

Essa foi a maior apreensão da mercadoria em território brasileiro que se tem registro, conforme as autoridades. O produto iria atravessar a fronteira do Brasil quando foi vistoriado e apreendido. No mercado formal, a carga tem valor de US$ 200 mil, mais de R$ 1 milhão.

De acordo com as autoridades, a substância é conhecida como mineíta ou escama mágica e tem uso controlado por envolvimento no processamento, em diferentes fases, da cocaína, permitindo que a droga ganhe “brilho”.

Monitorada, a substância é usada por criminosos para o “batismo” do entorpecente fazendo com que a droga aumente de valor nos mercados ilegais. O total apreendido pela RF e PF poderia produzir cerca de 450 toneladas desse tipo de entorpecente.

A apreensão

Durante a fiscalização feita nos caminhões que transportavam o insumo, os agentes identificaram cristais brancos e brilhantes, que nada mais eram do que o ácido bórico já em condição que favorece no uso do “batismo” do entorpecente.

“Com base na proporção de ácido bórico presente em apreensões de cocaína realizadas anteriormente, é possível afirmar que se toda a quantidade retida no dia de hoje (terça) fosse destinada ao tráfico de drogas, resultaria em, pelo menos, 450 toneladas de cocaína pronta para consumo. Trata-se da maior apreensão dessa substância química já realizada em solo brasileiro”, informaram a Polícia Federal e a Receita, em nota conjunta.

Com a identificação da origem do insumo o inquérito deve envolver ligações internacionais e a partir de agora, a investigação vai aprofundar qual era o destino do carregamento e as pessoas envolvidas na compra da mercadoria.

Em março deste ano, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) indicou que cerca de 2,1 toneladas de cocaína foram apreendidas entre janeiro e março deste ano. O aumento foi de 616% do primeiro bimestre de 2021 para primeiro bimestre de 2022 e 1.114% do primeiro trimestre de 2021 para o primeiro trimestre de 2022.