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Três Lagoas, 02 de maio

Família diz que prisão de Marisa Rocha foi motivada por denúncias contra adoção

Para familiares, prisão é injusta por falta de provas e pode estar ligada a revelações que ela teria feito sobre adoção de crianças

Por Ana Cristina Santos
27/04/2019 • 07h30
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Para o advogado de defesa da vereadora de Três Lagoas, Marisa Rocha (PSB), Juliano Rocha, o Ministério Publico não possui provas suficientes que liguem sua cliente e mãe a crimes que ela responde. Irmãs de Marisa suspeitam que a prisão pode estar ligada a denúncias que ela fez contra processos de adoção de crianças na cidade.

Marisa está no presídio feminino de Três Lagoas desde o dia 6 de março deste ano, acusada pelo Ministério Público de fazer parte de uma organização criminosa voltada para o tráfico de drogas e financiamento de armas. 

A defesa aguarda decisão do STJ (Supremo Tribunal de Justiça) para que ela responda ao processo em liberdade. Em primeira e segunda instâncias, a Justiça negou habeas corpus.

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Segundo a empresária e irmã da vereadora, Margareth Rocha, Marisa foi procurada por mães que perderam a guarda de filhos, que foram levados à adoção. Em um dos vídeos postados por ela em redes sociais, nesta semana, uma mãe acusada de ser usuária de drogas faz um desabafo ao perder o filho - uma criança branca e de olhos claros -, que já estaria em processo de adoção. 

Segundo Margareth, exames não comprovaram que a mãe seria viciada, como teria sido constado no processo pelo Ministério Público. “Eis aqui um dos casos que a tornam acusada, de líder de facção criminosa. Onde está essa criança? Os exames provam que a mãe não tem entorpecentes no sangue e que, incrível, reparem como é uma criança “feia e mal cuidada””, diz Maria Antônia Rocha, outra irmã da vereadora, numa rede social .

Em outro vídeo com imagens da vereadora, em que não é possível identificar a data da gravação, Marisa pede “socorro e ajuda às mães que têm filhos desabrigados", pede investigação e diz não ter "mais forças, pois é difícil brigar contra o sistema”. Marisa também afirma que exames não comprovaram que a mãe citada por Margareth seria usuária de drogas e relata que outra denúncia foi feita contra essa mãe de que a criança seria maltratada e sofria abusos, o que, segundo ela, não procedia. 

“Depois, alegaram que a casa [da família] era 'imunda', mas nessa casa viviam idosos e uma adolescente de 12 anos, por quem não se preocuparam. Só se preocuparam com essa criança, que era feliz e bem cuidada. Coloquei dois advogados para que essa mãe pegasse de volta seu filho. Ontem [não há a data], essa mãe me procurou após [tentar] visitar a criança no abrigo, onde foi informada que a visita foi suspensa porque a criança já iria para adoção”, denuncia.

De acordo com familiares de Marisa, a vereadora chegou a entregar documentos a senadores e deputados, em Brasília, em 2017, sobre processos de adoção. Não souberam informar, porém, se as denúncias foram entregues ao Conselho Nacional do Ministério Público ou à Justiça.

A reportagem procurou o Ministério Público para verificar denúncias e obter informações sobre o andamento das investigações contra a vereadora e os processos de adoção, mas não obteve respostas até o fechamento desta edição.

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