Conhecido como “Cowboy de Aço”, o douradense Fernando Rufino carrega no corpo as marcas de uma vida de desafios — e no coração, a força de quem transformou quedas em conquistas. Antes de se tornar campeão paralímpico na canoagem, ele foi peão de rodeio e chegou a sonhar com o sucesso nas arenas. Um grave acidente mudou o rumo da história.
“Um boi quebrou minha coluna e com isso eu perdi parte dos movimentos. Foi como se a vida tivesse parado de repente. Mas eu nunca pensei em desistir. O esporte me deu uma nova chance de viver”, contou Rufino em entrevista à Rádio Massa FM.
Após anos de reabilitação, ele descobriu a canoagem em 2012 e, com foco e disciplina, alcançou o topo do pódio: ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2020. Hoje, o atleta multiplica o aprendizado com o projeto “Vem pra Água”, que promove o esporte adaptado e a inclusão de pessoas com deficiência.
“O objetivo é mostrar que todos podem. Quero tirar as pessoas de casa e provar que deficiência não é limitação. O esporte muda vidas — foi ele que me salvou”, afirma.
Fernando, que leva o apelido de “Cowboy de Aço” por ter o corpo marcado por platinas e parafusos, brinca que a resistência vem da alma. “Já fui atropelado, levei coice, caí de boi, quebrei perna, cabeça e coluna… mas nada me derrubou. A maior alegria é viver”, disse.
Hoje, o paratleta também atua como palestrante motivacional, inspirando jovens e compartilhando sua história de superação pelo país. “A vida é uma roda gigante. Às vezes a gente tá embaixo, às vezes em cima. O importante é continuar girando”, resume.
Com o sorriso fácil e o sotaque de peão, Fernando Rufino mostra que ser de aço não é não sentir dor — é usar cada ferida como impulso pra recomeçar.