
O título deste editorial considera o uso do linguajar militar que tem se tornado parte do vocabulário de brasileiros após a eleição do presidente Jair Bolsonaro, capitão da reserva do Exército. Nada demais nisso. É usado para outra razão bastante civil: a abstenção de eleitores nos dois turnos do pleito deste ano. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, mais de 420 mil pessoas deixaram de comparecer à votação em cada turno. Três Lagoas “contribuiu” com quase 10% desse total – quantidade de votos que poderia tirar a cidade de uma fila de 32 anos sem eleger um deputado federal, por exemplo. Ou que poderia eleger mais representantes da cidade para a Assembleia Legislativa.
É um exército desmontado, desmotivado, que se junta ao batalhão de pessoas que ainda acha certo votar em branco ou anular o voto – atitudes previstas na legislação, mas inaceitáveis do ponto de vista da necessária atuação de cada um na administração das cidades, estados e União.
Não exclusivamente por conta das abstenções, votos brancos ou nulos, mas da falta de conscientização do eleitor, cidade importantes como Três Lagoas e as demais da Costa Leste continuam sem representação legislativa em número ideal. Nada a ver com a qualidade de sua representação no Poder Legislativo. A questão é exclusivamente numérica. Esse exército precisa ser remontado, estimulado a usar o voto como sua arma de defesa e de representação. De que maneira? Eis a questão.