O governo argentino zerou, até 31 de outubro, as retenções sobre soja (26,5%), farelo e óleo (24,5%) e milho (9,5%). A medida foi adotada para atrair dólares e aliviar custos de embarque, o que alterou o balanço global de oferta na segunda-feira e impactou as cotações em Chicago.
Efeito imediato nos mercados internacionais
Em Chicago, foram registradas quedas acima de 1,5% na soja, com recuos ainda maiores em farelo e óleo; o milho também acompanhou. A janela argentina passou a favorecer vendas externas, ao passo que foi intensificada a concorrência por prêmios nos portos brasileiros.
Exemplos de custo tributário que foram zerados
- Soja em grão: preço global de US$ 424/t; a retenção de US$ 110,40/t deixou de ser cobrada.
- Farelo de soja: preço de US$ 303/t; a retenção de US$ 74,24/t foi zerada.
- Milho: alíquota de 9,5% foi suspensa no período.
Leitura para o Brasil (prêmios e câmbio)
A mudança na Argentina pressionou os prêmios pagos nos portos do Brasil. Paralelamente, o dólar mostrou viés de baixa, reduzindo suporte aos preços internos. Conforme avaliação de mercado, o “melhor momento” de venda migrou para o lado argentino dentro desta janela.
Soja no mercado físico de MS (fechamento citado)
- Sidrolândia: R$ 124,32/saca (−0,63%).
- São Gabriel do Oeste: R$ 123,20/saca (estável).
- Chapadão do Sul: R$ 120/saca (estável).
- Maracaju: R$ 125,40/saca (−0,29%).
- Ponta Porã: R$ 126/saca (estável).
- Dourados: R$ 126/saca (−0,20%).
Observações adicionais de curto prazo
O milho em MS não replicou a queda externa em diversas praças no mesmo dia, sinalizando resistência pontual no físico. Para a carne bovina, uma eventual extensão da lógica de retenções zeradas na Argentina poderá ampliar oferta internacional, embora efeitos sejam esperados mais adiante.