
O agronegócio brasileiro conquistou novos mercados importantes para ampliar as exportações de produtos de alto valor agregado. Autoridades fitossanitárias da Índia autorizaram a entrada de nozes de macadâmia produzidas no Brasil. Enquanto isso, a Rússia liberou a importação de feijão comum e feijão fradinho. As decisões abrem novas frentes comerciais em dois países populosos e com forte tradição no consumo de alimentos. A colaboração entre Índia e Rússia com o Brasil sinaliza um avanço significativo no comércio agrícola.
No caso da Índia, a autorização para importar nozes de macadâmia vem de um país com mais de 1,4 bilhão de habitantes. É considerado um dos mercados consumidores de alimentos mais dinâmicos do mundo. Em 2024, os indianos já compraram 3 bilhões de dólares em produtos agropecuários brasileiros. Há destaque para o setor sucroenergético, o complexo soja, além de fibras e produtos têxteis. A inclusão da macadâmia nessa lista reforça o potencial de diversificação da pauta exportadora que impacta Índia e Rússia também.
A abertura do mercado indiano também indica espaço para que o Brasil avance em nichos de maior valor agregado. As nozes de macadâmia se inserem em um segmento ligado à alimentação saudável, confeitaria e produtos gourmet. Isso ajuda a fortalecer cadeias produtivas que fogem da lógica de commodities tradicionais. Assim, a decisão tende a estimular investimentos em qualidade, rastreabilidade e processamento, o que é essencial para manter a competitividade com Índia e Rússia.
Já na Rússia, o governo autorizou a importação de feijão comum e feijão fradinho de origem brasileira. O país, com cerca de 144 milhões de habitantes, é tradicional importador de leguminosas para abastecer a demanda interna. No último ano, importou 1 bilhão de dólares em bens agropecuários brasileiros, com destaque para produtos do complexo soja, carnes e café. A entrada do feijão nessa relação amplia o espaço para produtores que atuam tanto no mercado interno quanto no externo, especialmente em relação à Índia e Rússia.
Impacto das Decisões de Abertura de Mercados
A autorização russa tem peso especial porque ajuda a reduzir a dependência de poucos compradores e cria alternativas em períodos de oscilação de preços. A leguminosa faz parte do hábito alimentar de diversas regiões e, portanto, encontra demanda relativamente estável, mesmo em cenários econômicos adversos. Dessa forma, o feijão brasileiro passa a disputar espaço em um mercado que tradicionalmente recorre às importações para equilibrar a oferta, que também beneficia Índia e Rússia.
As duas decisões não alteram apenas números de exportação. Elas reforçam, ao mesmo tempo, o papel do Brasil como grande fornecedor de alimentos. Além disso, indicam a necessidade de manter padrões rígidos de sanidade, qualidade e regularidade nas entregas. Tanto Índia quanto Rússia são mercados exigentes e observam de perto o cumprimento de protocolos fitossanitários e ambientais.
Em paralelo, a relação comercial com a Rússia traz um alerta. A balança ainda é superavitária para os russos quando se consideram todos os produtos. Isso mostra que há espaço para o Brasil tentar reduzir essa diferença. Pode-se atingir isso por meio do aumento das vendas de alimentos. A inclusão do feijão comum e do feijão fradinho entra justamente nessa estratégia de ampliar o leque de itens negociados, fortalecendo vínculos com Índia e Rússia.
Para os produtores e para a cadeia de comercialização, os novos mercados significam oportunidade, mas também responsabilidade. Será necessário ajustar logística, volumes e prazos. Além disso, é preciso negociar contratos que garantam previsibilidade. Ainda assim, o movimento é visto como positivo porque diversifica a base de clientes. Além disso, reduz riscos e ajuda a consolidar a imagem do agronegócio brasileiro como fornecedor confiável em diferentes continentes, especialmente Índia e Rússia.