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GRÃOS

Safra de milho avança e cotações sobem em Mato Grosso do Sul

Safra de milho de verão avança para 66% da área, enquanto cotações sobem em Mato Grosso do Sul e clima gera alerta em estados do Sul.

Vista aérea de lavoura de milho em desenvolvimento com colheitadeira ao fundo, simbolizando a safra de milho e o mercado em alta
Plantio acelerado e movimento de preços marcam o início da safra de milho de verão em Mato Grosso do Sul. Foto: Gerada por IA | Adriano Hany

O início da safra de milho de verão no Brasil avança em ritmo firme. Já mostra reflexos no mercado de grãos em Mato Grosso do Sul. De acordo com o acompanhamento de lavouras, 66% das áreas de primeira safra estavam semeadas até o último sábado. O índice supera o patamar de 59% registrado na semana anterior. E fica acima tanto do número observado no mesmo período de 2024, em torno de 65%, quanto da média dos últimos cinco anos.

Os principais estados produtores de milho de verão, especialmente na região Sul, concentram boa parte desse avanço. Em alguns deles, o cereal não consegue ser cultivado no inverno devido ao frio mais intenso. Isso torna a janela de verão ainda mais estratégica na safra de milho. O Paraná já encerrou o plantio, alcançando 100% da área prevista. Santa Catarina está próxima de completar a semeadura, enquanto o Rio Grande do Sul aparece com 87%. Em São Paulo, o índice é de 75%, e em Minas Gerais, de 74%.

Além do ritmo de semeadura, o boletim traz um retrato do desenvolvimento das lavouras. Cerca de 13% das áreas encontram-se em fase de emergência, 64% avançam no desenvolvimento vegetativo. Enquanto 18% já estão em floração e 6% chegaram à fase de enchimento de grãos. O quadro indica, portanto, um mosaico de estágios que exigem manejo cuidadoso, principalmente diante de oscilações climáticas e de pressão de pragas. Nesta safra de milho, esse cuidado é crucial.

Impacto do Clima e Pragas na Safra de Milho

Entre os pontos de atenção, técnicos destacam o aumento da pressão da cigarrinha do milho em lavouras de Minas Gerais, favorecida pelo clima mais quente. Em paralelo, a falta de precipitações, somada à ocorrência de ventos constantes e temperaturas elevadas, provocou sintomas de déficit hídrico em algumas regiões do Rio Grande do Sul, maior produtor de milho de primeira safra. Como grande parte da oferta de grão no começo do ano vem justamente desse estado, qualquer perda de produtividade pode ter impacto sobre o abastecimento e os preços.

Enquanto o clima exige vigilância, o mercado reage ao andamento da safra em relação às expectativas de oferta. Em Mato Grosso do Sul, os dados de uma plataforma de comercialização mostram alta nas cotações em importantes municípios. Já em São Gabriel do Oeste, o milho registrou elevação de 0,90%, atingindo R$ 54,24 por saca de 60 quilos. Chapadão do Sul teve alta foi de 0,94%, com a saca chegando a R$ 55,92. Já em Maracaju, o movimento foi de 0,70%, com o preço em R$ 56,41. Neste contexto, safra de milho é uma variável constante a ser considerada.

Cotações e Negociações do Milho

Em outra referência de mercado, um levantamento aponta que, em Dourados, o milho é negociado a R$ 57,00 a saca, com queda de R$ 0,17 em relação ao fechamento anterior. A diferença entre praças reflete custos logísticos, demanda regional, e o apetite de compradores industriais. Além disso, o impacto de contratos já firmados e a estratégia de venda de cada produtor influenciam.

Para quem está no campo, o cenário combina oportunidade e cautela. Por um lado, as cotações em patamares mais firmes podem ajudar na composição de margens em um ano de custos elevados. Por outro, a evolução do clima no Sul do país e a pressão de pragas em áreas específicas ainda podem alterar expectativas de oferta. Isso pode, consequentemente, alterar o preço. Nesse contexto, as decisões de travar parte da produção, aguardar novas altas ou priorizar a cobertura de custos, passam a ser decisivas para o resultado da safra, sobretudo nesta safra de milho.

À medida que o plantio se aproxima do fim e as lavouras avançam para fases mais sensíveis, o acompanhamento dos boletins técnicos e das cotações diárias tende a ganhar peso nas estratégias comerciais. A combinação entre produtividade, sanidade das plantas, e timing de venda definirá, mais uma vez, quem conseguirá atravessar a temporada com equilíbrio. Isso mesmo em um ambiente de risco climático e volatilidade de mercado.