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O JOGO DA SOJA

Soja entre boatos e realidade: compras da China nos EUA e preços em alta em MS

Boatos sobre compras de soja pela China nos EUA mexem com o mercado, mas cotações seguem firmes em Mato Grosso do Sul.

Terminal de grãos com silos cheios de soja e caminhões em carregamento
Cotações da soja variam entre queda e alta nas principais praças de Mato Grosso do Sul após rumores sobre compras chinesas. Foto: Gerada por IA | Adriano Hany

O mercado da soja entrou na quinta-feira (13) sob o impacto de um boato que correu rápido entre operadores e produtores. A informação era que a China teria comprado, “de uma vez só”, 5 milhões de toneladas do grão dos Estados Unidos. À primeira vista, a leitura apressada sugeria um desvio de demanda que poderia prejudicar o Brasil. Com o avanço das apurações, porém, o cenário ganhou contornos mais equilibrados. A expectativa atual é de que os chineses comprem esse volume dos americanos. Contudo, eles devem manter as aquisições de soja brasileira, sem ruptura na relação comercial com o país, o que mostra a importância da soja brasileira para a economia.

Fabiano Reis, especialista em agronegócios e apresentador do programa Agro é Massa da Rádio Massa FM, lembra que, segundo projeções divulgadas pelo governo dos Estados Unidos durante a gestão de Donald Trump, o compromisso chinês poderia chegar a 12 milhões de toneladas até dezembro. No entanto, as informações mais recentes apontam para um teto de 5 milhões de toneladas nesse momento. A leitura predominante entre operadores internacionais é de que essa fatia será absorvida durante a janela de competitividade norte-americana, enquanto os Estados Unidos colhem sua safra. Em seguida, o fluxo se desloca novamente para o Brasil. Este entra em plena colheita entre dezembro e janeiro em média nacional, reforçando o papel da soja no mercado internacional.

Impacto Regional e Cotações

No caso de Mato Grosso do Sul, a dinâmica é um pouco diferente, já que as colheitas se concentram mais em fevereiro e março. No entanto, áreas plantadas mais cedo podem começar a colher em janeiro. Assim, o produtor sul-mato-grossense observa o noticiário internacional com atenção. A soja é fundamental para determinar suas decisões de venda. As informações da plataforma Grão Direto mostram variações moderadas, com algumas praças em queda e outras em alta.

Em Ponta Porã, a saca de 60 quilos aparece a R$ 125,69, com leve recuo de 0,06%. Em Maracaju, o preço é de R$ 126,59, queda de 0,29%. Já Chapadão do Sul registra alta de 0,18%, com a saca negociada a R$ 123,90. Em São Gabriel do Oeste, a elevação chega a 0,23%, para R$ 123,81. A praça de Cidrolândia se destaca com alta de 0,62%, levando a saca a R$ 128,23, uma das referências mais valorizadas do painel. Em Dourados, com apuração da Royal Rural, a saca atinge R$ 125,38, também em campo positivo.

Entre rumores de compras bilionárias, movimentação de gigantes globais e ajustes diários nas cotações regionais, o produtor de Mato Grosso do Sul precisa filtrar a informação. É essencial evitar decisões baseadas apenas em manchetes. O quadro atual indica que a China continua comprando dos Estados Unidos. A soja continua firme no mercado mundial. Além disso, mantém espaço para o Brasil. Este entra na próxima janela de oferta com safra em desenvolvimento e preços relativamente sustentados em várias regiões do estado.