A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (12/08), a Operação Rastro Cirúrgico, que apura um esquema de desvio de recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de fraudes em licitações e contratos administrativos. Os crimes investigados envolvem peculato, apropriação indevida de verbas públicas, superfaturamento e outras irregularidades em procedimentos de saúde financiados com dinheiro federal.
A operação cumpriu 13 mandados de busca e apreensão, sendo três deles em Aparecida do Taboado (MS). Os demais mandados foram executados em Selvíria (MS) e São José do Rio Preto (SP). Selvíria teve servidor público afastado por ordem judicial, incluindo o atual Secretário Municipal de Saúde, conforme informou a PF.
Durante as diligências, a polícia apreendeu veículos, motocicletas de alto valor, armas e até pedras preciosas. As ações foram autorizadas pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), que também determinou o bloqueio de até R$ 5 milhões em bens de cada pessoa física e jurídica envolvida no esquema, além da proibição de firmar novos contratos com o poder público.
As investigações revelam indícios de contratos duplicados, serviços médicos não executados e pagamentos por cirurgias que nunca ocorreram. Em alguns casos, clínicas médicas contratadas sequer existiam fisicamente. A PF apontou ainda sobrepreço em atas de registro de preço e ausência de publicação dos contratos em portais de transparência, o que dificultava o controle social.
A ação é resultado de uma força-tarefa que reúne a Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).