A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta sexta-feira (18), mandados judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A operação faz parte das investigações que apuram suposta tentativa de golpe de Estado, no âmbito da chamada Operação Tempus Veritatis, e inclui medidas restritivas severas.
Entre as determinações, Bolsonaro deverá usar tornozeleira eletrônica e cumprir recolhimento domiciliar entre 19h e 7h. Além disso, está proibido de acessar redes sociais e de se comunicar com embaixadores, diplomatas estrangeiros, outros réus ou investigados pelo Supremo. Também foi impedido de se aproximar de embaixadas e representações diplomáticas.
Os mandados foram cumpridos na casa do ex-presidente, em Brasília, e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), legenda à qual Bolsonaro é filiado. A Polícia Federal ainda não divulgou detalhes sobre apreensões ou prisões relacionadas à operação desta sexta.
De acordo com fontes ligadas à investigação, as medidas buscam evitar interferência do ex-presidente no andamento do processo e garantir o cumprimento das determinações judiciais. A decisão de Moraes teria sido motivada por indícios de articulações políticas e tentativas de desestabilização institucional após o fim do mandato presidencial de Bolsonaro.
Investigação da Polícia Federal
A defesa do ex-presidente confirmou que ele foi notificado oficialmente das medidas e que acompanhará todos os desdobramentos legais. Jair Bolsonaro já havia sido indiciado pela Polícia Federal em junho deste ano por falsidade ideológica no caso das inserções fraudulentas em cartões de vacinação.
A nova operação eleva a tensão entre os poderes e marca mais um episódio na série de investigações que cercam o ex-presidente desde o término de sua gestão, especialmente relacionadas aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e a suspeitas de conspiração contra a ordem democrática.