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Campo Grande cai 20 posições no ranking nacional de saneamento

Capital agora ocupa a 37ª posição no ranking, puxada por queda no abastecimento de água e alto índice de perdas na distribuição

Apenas cinco capitais brasileiras atingem 80% de esgoto tratado - Foto: Portal Saneamento Básico
Apenas cinco capitais brasileiras atingem 80% de esgoto tratado - Foto: Portal Saneamento Básico

Campo Grande registrou uma queda significativa de 20 posições no Ranking do Saneamento 2025, divulgado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a GO Associados. A Capital aparece agora na 37ª colocação entre os 100 municípios mais populosos do país, após ocupar o 17º lugar no ano anterior.

A nova edição do levantamento considera dados do Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SINISA), referentes ao ano-base 2023. A retração na posição de Campo Grande está associada principalmente à queda no índice de atendimento com abastecimento de água, além de perdas no sistema de distribuição.

Segundo os dados, 97,41% da população tem acesso à rede de água, e 87,64% estão conectados à rede de esgoto. No entanto, apenas 61,26% do esgoto coletado é tratado — número que está abaixo do ideal estabelecido pelo Novo Marco Legal do Saneamento, que é 90% da população com acesso à coleta e tratamento de esgoto. Outro ponto preocupante é a perda de água durante a distribuição: quase 40% de toda a água tratada não chega às casas por causa de vazamentos ou falhas na rede. O ideal seria que esse índice não passasse de 25%.

O levantamento nacional evidencia ainda que apenas cinco capitais brasileiras atingem ao menos 80% de esgoto tratado: Curitiba (PR), Brasília (DF), Boa Vista (RR), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ).

Entre 2019 e 2023, Campo Grande investiu cerca de R$ 877 milhões em saneamento, o que representa um investimento médio per capita de R$ 195,31 por habitante ao ano. Embora esse valor esteja relativamente próximo da média nacional ideal (R$ 223,82 por habitante), ele não foi suficiente para evitar a queda no desempenho geral.

Segundo a pesquisa, a variação negativa pode ser explicada, em parte, por uma atualização metodológica com base nos dados do Censo Demográfico 2022, que ajustou o número de moradores por domicílio e, consequentemente, a proporção de cobertura dos serviços.

O relatório completo está disponível no site oficial do Instituto.