A diabetes afeta mais de 15 milhões de brasileiros e pode causar complicações graves como cegueira, infartos, insuficiência renal e até amputações. O alerta foi feito nesta sexta-feira (27) pelo cirurgião vascular Renan Joaquim, em entrevista ao programa Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande.
Segundo o médico, muitos pacientes descobrem a doença tardiamente, quando as consequências já se tornaram irreversíveis.
“É uma doença muito silenciosa. Quando o paciente começa a ter sintomas, muitas vezes já é tarde demais”, afirmou. Ele explicou que a diabetes provoca um processo inflamatório nos vasos sanguíneos, especialmente os mais finos, comprometendo a circulação em órgãos como olhos, coração, rins e membros inferiores.
Sinais ignorados e complicações graves
Entre os principais riscos, Joaquim destacou o pé diabético, que pode levar a infecções graves e até à amputação. “A pessoa perde a sensibilidade nos pés por causa da neuropatia diabética. Um machucado pequeno pode evoluir para uma ferida infeccionada sem que o paciente perceba”, relatou.
O médico também chamou atenção para sinais pouco conhecidos, como a presença de espuma na urina, que pode indicar excesso de proteína e problemas renais relacionados à diabetes.
“Tem gente que acha que é excesso de bebida, mas pode ser sinal de que os rins já estão sendo afetados”, alertou.
Pré-diabetes pode ser revertido
Segundo Joaquim, pessoas com histórico familiar de diabetes devem redobrar a atenção. Ele destaca que é possível reverter o quadro de pré-diabetes com mudanças no estilo de vida.
“Atividade física, dieta balanceada e parar de fumar são atitudes fundamentais para evitar a progressão da doença”, orientou.
O pré-diabético, explica o cirurgião, é o paciente que já apresenta resistência à insulina, muitas vezes associada ao sedentarismo e ao excesso de peso. O controle de fatores como pressão arterial e colesterol também é essencial para evitar complicações.
Acompanhamento multidisciplinar
O tratamento da diabetes, de acordo com o vascular, exige acompanhamento com diferentes especialistas: cardiologistas, endocrinologistas, nefrologistas, oftalmologistas e cirurgiões vasculares.
“Cada área monitora um aspecto da doença. A partir dos 50 anos, exames como o Doppler arterial e o fundo de olho devem ser realizados anualmente”, recomendou.
Joaquim também reforçou que qualquer pessoa, mesmo sem histórico familiar, deve realizar exames laboratoriais de rotina. “O exame de sangue é o primeiro passo. Se algo estiver fora do normal, o ideal é procurar um especialista.”
Confira a entrevista na íntegra: