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Em meio a tensões comerciais, EUA citam Brasil como parceiro em exercícios na África

País já participou de treinamentos no continente e é visto como aliado estratégico para a região

Brasil é visto como aliado estratégico para a região - Foto: CCOMSEx
Brasil é visto como aliado estratégico para a região - Foto: CCOMSEx

O Brasil foi citado como parceiro estratégico pelo Comando dos Estados Unidos para a África (Africom) em exercícios militares no continente africano. Durante coletiva virtual, o tenente-general John W. Brennan, vice-comandante do Africom, destacou a presença brasileira em treinamentos como o African Lion, considerado o maior exercício militar anual do comando norte-americano na região.

A fala ocorre em meio ao aumento das tensões comerciais entre os dois países, após a decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas adicionais a produtos brasileiros – medida que ficou conhecida como “tarifaço”.

Brennan afirmou que a cooperação em segurança segue como prioridade, com a intenção de ampliar a participação brasileira em futuras edições dos exercícios.

O African Lion, realizado em países como Marrocos, Gana, Senegal e Tunísia, reúne anualmente mais de 7,500 militares de diferentes nações, incluindo Brasil, França, Itália, Reino Unido e Países Baixos.

O treinamento engloba operações terrestres, aéreas, marítimas e de resposta a ameaças químicas, biológicas e radiológicas. Também há ações de assistência humanitária e exercícios conjuntos de entrada forçada com paraquedistas.

Brennan explicou que esses exercícios são conduzidos com liderança africana, com participação de aliados internacionais. “Sempre buscamos soluções africanas para problemas africanos. Todas as nossas ações são lideradas pelos parceiros locais, com apoio de aliados”, afirmou.

O vice-comandante reforçou que os treinamentos têm como objetivo aumentar a capacidade de resposta dos países africanos a crises, terrorismo e tráfico internacional. Além disso, a cooperação militar é vista como uma forma de atrair investimentos privados e melhorar a segurança para empresas estrangeiras, especialmente em corredores logísticos como o de Lobito, em Angola.