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AGRO GERANDO ENERGIA

Etanol de milho ganha espaço e joint venture projeta novos investimentos

Tanques de etanol e silos de grãos operando em mesma planta industrial.
Integração de grãos e biocombustíveis impulsiona a fatia do milho no etanol. Foto: Gerada por IA

A participação do etanol de milho na safra foi indicada como crescente na primeira metade de agosto. Ao mesmo tempo, a produção total de açúcar e de etanol foi apontada em queda ante o mesmo período do ano passado. O cenário, descrito no programa a partir de dados setoriais, sugere rearranjos no mix industrial. Isso reforça o papel do milho como matéria-prima relevante para o biocombustível.

Segundo levantamento citado da Única, a produção de açúcar na primeira quinzena de agosto registrou queda de quase 5% em relação ao mesmo intervalo de 2024 (até 16/8). No setor de etanol, que inclui o derivado de milho, também houve retração na quinzena, com destaque para o hidratado, que caiu cerca de 12%. O anidro também recuou, acompanhando o movimento do mês.

Apesar desse recuo agregado, a fatia do etanol de milho ganhou espaço. No total de etanol obtido na quinzena, 17% foram fabricados a partir do milho. Esse recorte registrou produção de “373 milhões de reais”, com aumento de quase 15% nesse volume específico. Considerando o período desde o início da safra, foi mencionado um crescimento ainda maior, de 20%. Isso evidencia que a diversificação de matérias-primas vem se consolidando ao longo de 2025.

Expansão do Etanol de Milho e Investimentos no Setor

No ambiente empresarial, a criação de uma joint venture entre Empasa e AMAG foi anunciada para ampliar a produção de etanol de milho no país. O plano prevê investimentos superiores a R$ 12 bilhões e deverá começar pelo Mato Grosso, com a implantação de novas unidades para processamento de cereais. A iniciativa foi apresentada como um movimento de escala, mirando ganhos de eficiência, ampliação de oferta e maior estabilidade na cadeia.

Para o campo e para a indústria, o avanço do milho no mix tem sido favorecido por alguns fatores operacionais. A resiliência a variações climáticas quando comparado a outras culturas é significativa. Também há regularidade de abastecimento ao longo do ano e sinergia logística com plantas que já operam grãos. Em paralelo, o recuo de produção observado na quinzena acende alerta para o planejamento de estoques. Esse planejamento ajuda na integração do etanol derivado do milho entre açúcar e etanol nas próximas janelas.

Flexibilidade e Estabilidade no Mercado de Biocombustíveis

Na ponta de mercado, a expansão da rota milho tende a oferecer maior flexibilidade para atender picos de demanda. Isso reduz a exposição das usinas às oscilações de uma única matéria-prima. Caso a trajetória de 17% do etanol total na quinzena se mantenha e os investimentos se confirmem, poderá ser consolidado um patamar mais alto. Esse é o patamar de participação do milho na oferta nacional de biocombustíveis.