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ENTREVISTA

Fumo aumenta até quatro vezes o risco de infarto, alerta cardiologista

Tabagismo acelera envelhecimento arterial, afeta jovens e pode causar inflamações graves com uso de cigarros eletrônicos

João Jackson nos estúdios da Massa FM Campo Grande - Foto: Fernando de Carvalho/Portal RCN67
João Jackson nos estúdios da Massa FM Campo Grande - Foto: Fernando de Carvalho/Portal RCN67

O tabagismo continua sendo uma das principais ameaças à saúde do coração, ampliando de duas a quatro vezes as chances de um infarto, segundo o cardiologista João Jackson.

Em entrevista ao quadro Saúde é Massa, no programa Microfone Aberto da Massa FM Campo Grande, ele destacou que as doenças coronarianas — responsáveis por infartos — e os acidentes vasculares cerebrais são as maiores causas de morte no mundo, e o cigarro é um dos principais fatores que aceleram esses problemas.

Risco não é só para idosos

De acordo com o especialista, o impacto do fumo depende do que chamou de “terreno biológico” de cada pessoa. Em indivíduos com histórico familiar, resistência insulínica, diabetes, obesidade ou hipertensão, o risco é ainda mais alto, podendo levar a complicações precoces.

“Esse paciente é uma bomba ambulante”, explicou ao ressaltar que, em quem já apresenta outras condições, o cigarro acelera o processo de envelhecimento das artérias e aumenta a probabilidade de infartos ainda na juventude.

Coração pode se recuperar

Parar de fumar traz benefícios diretos à saúde cardiovascular. O cardiologista lembrou que, em 15 anos após abandonar o cigarro, o risco de infarto se equipara ao de quem nunca fumou.

“Leva tempo, mas é possível recuperar a saúde do coração e diminuir consideravelmente as chances de um evento grave”, destacou.

Cigarro eletrônico também faz mal

Sobre os cigarros eletrônicos, Jackson foi enfático: não são alternativas seguras. Ele explicou que, em vez de derivados do tabaco, esses dispositivos utilizam substâncias químicas da indústria petroquímica, que ao serem inaladas liberam aldeídos, como o formaldeído, presente no formol.

Além do risco de câncer e doenças cardiovasculares, podem provocar inflamações agudas nos pulmões, conhecidas como Evali, que podem levar à internação em UTI e até à morte.

Sinais de alerta

O cardiologista orienta a população a ficar atenta aos sintomas que indicam comprometimento da saúde cardíaca relacionado ao fumo: dores no peito, taquicardia, aumento da pressão arterial, cansaço excessivo e fadiga.

Ele destacou ainda que o monóxido de carbono presente no cigarro tem afinidade 250 vezes maior pelas células sanguíneas do que o oxigênio, reduzindo a oxigenação do corpo e, consequentemente, a resistência física.

Confira a entrevista na íntegra: