O tabagismo continua sendo uma das principais ameaças à saúde do coração, ampliando de duas a quatro vezes as chances de um infarto, segundo o cardiologista João Jackson.
Em entrevista ao quadro Saúde é Massa, no programa Microfone Aberto da Massa FM Campo Grande, ele destacou que as doenças coronarianas — responsáveis por infartos — e os acidentes vasculares cerebrais são as maiores causas de morte no mundo, e o cigarro é um dos principais fatores que aceleram esses problemas.
Risco não é só para idosos
De acordo com o especialista, o impacto do fumo depende do que chamou de “terreno biológico” de cada pessoa. Em indivíduos com histórico familiar, resistência insulínica, diabetes, obesidade ou hipertensão, o risco é ainda mais alto, podendo levar a complicações precoces.
“Esse paciente é uma bomba ambulante”, explicou ao ressaltar que, em quem já apresenta outras condições, o cigarro acelera o processo de envelhecimento das artérias e aumenta a probabilidade de infartos ainda na juventude.
Coração pode se recuperar
Parar de fumar traz benefícios diretos à saúde cardiovascular. O cardiologista lembrou que, em 15 anos após abandonar o cigarro, o risco de infarto se equipara ao de quem nunca fumou.
“Leva tempo, mas é possível recuperar a saúde do coração e diminuir consideravelmente as chances de um evento grave”, destacou.
Cigarro eletrônico também faz mal
Sobre os cigarros eletrônicos, Jackson foi enfático: não são alternativas seguras. Ele explicou que, em vez de derivados do tabaco, esses dispositivos utilizam substâncias químicas da indústria petroquímica, que ao serem inaladas liberam aldeídos, como o formaldeído, presente no formol.
Além do risco de câncer e doenças cardiovasculares, podem provocar inflamações agudas nos pulmões, conhecidas como Evali, que podem levar à internação em UTI e até à morte.
Sinais de alerta
O cardiologista orienta a população a ficar atenta aos sintomas que indicam comprometimento da saúde cardíaca relacionado ao fumo: dores no peito, taquicardia, aumento da pressão arterial, cansaço excessivo e fadiga.
Ele destacou ainda que o monóxido de carbono presente no cigarro tem afinidade 250 vezes maior pelas células sanguíneas do que o oxigênio, reduzindo a oxigenação do corpo e, consequentemente, a resistência física.
Confira a entrevista na íntegra: