Entre janeiro e abril deste ano, o Governo de Mato Grosso do Sul empenhou R$ 1,01 bilhão para ações na área da saúde. Desse total, R$ 724,6 milhões foram liquidados — ou seja, confirmados como serviços prestados ou produtos entregues —, e R$ 662,2 milhões foram efetivamente pagos até o fim de abril.
Os dados integram o Relatório Detalhado do 1º Quadrimestre de 2025, apresentado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) em audiência pública na Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (29).
A maior parte dos recursos pagos — 84,5% — saiu diretamente do cofre estadual, somando R$ 559,4 milhões. Já o governo federal participou com R$ 75 milhões do Fundo a Fundo (11,3%), R$ 6,2 milhões destinados ao piso da enfermagem, R$ 8,5 milhões via convênios e R$ 12,8 milhões de outras fontes vinculadas à saúde.
Obras com execução lenta
Apesar do volume de recursos pagos, obras importantes seguem em ritmo lento. A UTI pediátrica e a enfermaria do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), por exemplo, estão com menos de 5% de execução, mesmo com contratos assinados há meses.
A reforma e ampliação do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/MS), iniciada em 2024, também avança devagar. A maior parte do investimento — mais de R$ 13,5 milhões — é de responsabilidade do Estado.
O relatório detalha ainda que o HRMS recebeu mais de R$ 10 milhões para reformas em uma área de 17 mil metros quadrados. Já para o Lacen, foram destinados R$ 15,4 milhões para as obras no prédio existente e na nova estrutura.
Atendimentos e cirurgias
No primeiro quadrimestre, a rede estadual contabilizou 5,14 milhões de procedimentos no setor de atenção especializada e hospitalar, com gasto total de R$ 29,9 milhões. Outros 4,2 milhões de procedimentos foram registrados na assistência farmacêutica, ao custo de R$ 2,6 milhões.
Foram realizadas ainda 12.358 cirurgias no período, 18.538 internações hospitalares e 90.210 consultas especializadas. Os atendimentos de urgência e emergência somaram 146.754, enquanto na atenção básica foram registrados 6.052 procedimentos. A área de vigilância em saúde respondeu por 16.377 intervenções.
Ampliação da estrutura
O relatório aponta ainda a expansão da cobertura digital da saúde no estado, com a inclusão de novos municípios nos serviços de telediagnóstico e teleconsultas. Também foram mantidos os contratos com hospitais filantrópicos, aquisição de insumos, medicamentos e suporte à rede laboratorial estadual.
No entanto, parte das metas previstas ainda enfrenta entraves na execução física, revelando gargalos na transformação dos valores empenhados em ações concretas no território.
Controle e fiscalização
A apresentação dos números atende a legislação, que obriga os gestores do SUS a prestarem contas quadrimestralmente nas Casas Legislativas. O relatório foi apresentado pela secretária-adjunta da SES, Crhistinne Maymone, com apoio técnico da equipe da secretaria, e acompanhado pelos deputados da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa.