
Após mais de duas décadas considerada extinta na natureza, a ararinha-azul (Spix’s macaw) voltou oficialmente ao seu habitat natural na Caatinga, na Bahia. Ao todo, 52 aves foram repatriadas por meio de um programa internacional coordenado pelo governo nacional, em parceria com criadores especializados da Alemanha.
A soltura das aves foi feita de forma gradual. A primeira ocorreu em junho de 2022, quando 20 ararinhas criadas em cativeiro foram liberadas em áreas protegidas de Curaçá (BA). Desde então, novos filhotes nasceram em liberdade.
Especialistas afirmam que a iniciativa é considerada um dos maiores marcos mundiais na conservação de psitacídeos — família de aves que compreende 37 gêneros e 175 espécies —, sendo “a reintrodução mais cuidadosamente planejada, executada e bem-sucedida já realizada com qualquer espécie” desse grupo.
O projeto inclui a criação de unidades de conservação, além da restauração da Caatinga. Também prevê ninhos artificiais em caraibeiras e treinamentos de voo e socialização para preparar as aves antes da soltura.
A ararinha-azul ficou mundialmente famosa graças ao filme de animação Rio, de 2011, em que o personagem principal, Blu, é uma arara-azul macho. No filme, Blu, que foi traficado do Brasil para os Estados Unidos, é levado de volta ao Rio de Janeiro para acasalar com uma fêmea da mesma espécie, Jewel, e ambos se tornam figuras centrais na luta contra o tráfico de animais.