
O acidente vascular cerebral (AVC) — conhecido popularmente como derrame — é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil. Mas, segundo o neurologista Gabriel Pereira Braga, coordenador do Serviço de Neurologia do Hospital Unimed Campo Grande, 90% dos casos poderiam ser evitados com hábitos saudáveis e controle de doenças crônicas.
“Apesar do nome ‘acidente’, o AVC não acontece por acaso. A hipertensão é o principal fator de risco, seguida de arritmias cardíacas, tabagismo, sedentarismo, diabetes e colesterol alto”, afirmou o médico em entrevista ao quadro Saúde é Massa, da rádio Massa FM.
Embora o AVC seja mais frequente em pessoas acima dos 65 anos, o neurologista destaca que há crescimento de casos entre adultos jovens e até crianças. “Hoje já observamos um aumento preocupante entre pessoas com menos de 55 anos, muito relacionado ao estilo de vida”, explica.
O AVC ocorre quando uma área do cérebro deixa de receber oxigênio e nutrientes, levando à morte das células cerebrais. O resultado pode ser perda de movimentos, fala ou consciência, dependendo da região afetada.
De acordo com Braga, o tratamento eficaz depende da rapidez com que o paciente chega ao hospital. “O atendimento precisa ocorrer dentro de uma janela de até quatro horas e meia. Quanto mais rápido o socorro, maiores as chances de recuperação sem sequelas graves”, alerta.
Os principais sinais de alerta incluem boca torta, fraqueza repentina em um dos lados do corpo, dificuldade para falar ou entender, dor de cabeça súbita e perda de equilíbrio.
O médico reforça a importância de check-ups periódicos e de uma rotina equilibrada, com atividade física regular, alimentação saudável e redução do consumo de álcool e produtos industrializados.
“Manter a pressão sob controle, checar glicemia e colesterol e praticar exercícios são atitudes simples que reduzem drasticamente o risco de AVC”, afirma Braga.