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Municípios de MS vão receber auxílio na criação de plano de conservação da Mata Atlântica

Em MS, 42 municípios estão na área de abrangência do bioma, mas existe apenas um plano municipal que o protege

Reunião da Frente Parlamentar Ambientalista, realizada no Plenário Deputado Nelito Câmara, na Assembleia - Wagner Gonçalves/ALMS
Reunião da Frente Parlamentar Ambientalista, realizada no Plenário Deputado Nelito Câmara, na Assembleia - Wagner Gonçalves/ALMS

Em reunião realizada na tarde desta segunda-feira (27) pela Frente Parlamentar Ambientalista, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, foi decidida a implementação de ações de auxílio na elaboração de planos de conservação e recuperação da Mata Atlântica em municípios sul-mato-grossenses. No estado, são 42 municípios na área de abrangência do bioma, mas existe apenas um plano municipal que o protege.

O encontro teve como encaminhamento a articulação de ações para auxiliar municípios do estado, inseridos na Mata Atlântica, a elaborarem seus planos. Para isso, será realizada capacitação e ajuda na captação de recursos pelos parlamentares. A reunião foi proposta pelo deputado Junior Mochi (MDB) e coordenado pelo deputado Amarildo Cruz (PT) em conjunto com o vereador por Campo Grande, Eduardo Romero (REDE).

Atualmente apenas Bonito, Jardim e Bodoquena possuem, em conjunto, um Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMA). Para a gestora ambiental Mariana de Oliveira Gianiaki, diretora da Marimar Conhecimento, empresa que assessora a criação de PMMAs, com apoio da ONU, o número de municípios que possuem PNMA no estado é ínfimo, considerando que existem 42 municípios – 53% do total – na área desse bioma.

Assim como no restante do país, houve retração na área de abrangência da Mata Atlântica em Mato Grosso do Sul. Originalmente, havia 52 municípios sul-mato-grossenses na área de abrangência do bioma, isto é, a retração verificada é de quase 20%. Restam, no território nacional, apenas 12% de remanescentes florestais acima de 3 hectares. Mesmo reduzida, a Mata Atlântica beneficia parcela significativa da população brasileira, segundo Mariana.

O PMMA foi instituído na chamada Lei da Mata Atlântica criada na tentativa de reduzir a ameaça a esse bioma. Sancionada pelo governo federal a Lei 11.428/2006  (regulamentada pelo Decreto 6.660/2008), a Lei da Mata Atlântica possibilitou aos municípios definirem metas e ações para conservação e restauração da vegetação nativa e da biodiversidade da floresta. O PMMA é integrado e participativo e deve ter aprovação do Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMMA). Atualmente, municípios de 17 estados – incluindo Mato Grosso do Sul – têm PMMAs no Brasil.

Ainda segundo Mariana Gianiaki, o plano oportuniza aos prefeitos e a toda sociedade civil o fortalecimento da gestão ambiental municipal, especificamente do órgão municipal de meio ambiente, como também do CMMA. A diretora da Marimar ressaltou, ainda, que o PMMA pode possibilitar recursos para os Fundos Municipais, originados de verbas de compensação ambiental, da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA), entre outras fontes.

Na ocasião, além do lançamento do projeto, também foi disponibilizado o curso online para elaboração do plano, no endereço do Planos Municipais da Mata Atlântica para prefeituras (clique aqui).