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Três Lagoas

Com 24 anos de história, Museu de Arte Contemporânea revelou artistas

Museu recebeu gravuras doadas pelo Instituto Itaú Cultural, de consagrados artistas brasileiros

Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Marco) tem quase 24 anos - Divulgação/Edemir Rodrigues
Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Marco) tem quase 24 anos - Divulgação/Edemir Rodrigues

O Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Marco), ao longo de seus quase 24 anos de história, tem sido palco de importantes exposições, revelando artistas para o cenário nacional e internacional e se tornando centro de referência para as artes plásticas no Estado. Criado em 17 de dezembro de 1991, teve a primeira sede instalada em um prédio na esquina da Avenida Calógeras com a Rua Cândido Mariano, na região central de Campo Grande.

Em 2002, a inauguração da atual sede do Marco deu novo impulso ao movimento artístico do Estado, ampliando o calendário anual e possibilitando um número maior de exposições. A diretora do Marco, Maysa Barros, lembra a exposição que marcou a inauguração do novo prédio. “Fizemos uma belíssima exposição, em parceria com o Sesc, sobre os ícones de Mato Grosso do Sul. Foi um trabalho intenso de levantamento que resultou na edição de um livro”.

A escolha dos trabalhos a serem expostos no Museu é feita através de editais lançados anualmente em outubro e novembro. O trabalho de seleção é feito por artistas, professores e críticos no mês de fevereiro. As exposições selecionadas compõem  um calendário anual, com trocas realizadas a cada dois meses.

A artista plástica Priscilla Pessôa fala com carinho do espaço. “Sendo o único espaço voltado para a arte contemporânea no MS, com um processo seletivo consistente e um prédio que favorece muito as montagens, é sempre uma honra e uma ótima janela realizar uma exposição no Marco. Tive a oportunidade de realizar quatro individuais e participei de inúmeras coletivas e salões, e, sendo assim, a minha trajetória se confunde e entrelaça com a do museu. Sinto como se fosse minha casa, um lugar ao qual eu devo muito.”

A origem e o acervo

Unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, o Museu de Arte Contemporânea teve origem na Pinacoteca Estadual, com prêmios aquisitivos dos salões de arte, realizados a partir de 1979, além de doações de artistas e particulares. Em 1984 este acervo já contava com 230 obras. As doações, principal forma de aquisição de obras, são feitas basicamente por artistas, famílias e colecionadores.

Este vasto e significativo acervo contempla uma coleção com mais de 1500 obras nas mais diversas linguagens: pinturas, esculturas, objetos, fotografias, desenhos, gravuras e uma coleção especial com todo o acervo (diários, fotografias, pinturas e documentos) de Lídia Baís, uma das pioneiras das artes plásticas modernas do estado, e Ignês Corrêa da Costa, aluna de Portinari que colaborou em obras como os murais azulejados e os painéis do auditório do Palácio Gustavo Capanema, no Rio, além da igreja da Pampulha em Belo Horizonte.

Entre as obras de artistas sul-americanos no acervo do Marco estão os argentinos Fernando Suárez (pintura) e Maria Perez Sola (gravura) e os fotógrafos paraguaios Luiz Vera e Juan Britos. Da região Centro Oeste possui obras de Divino Sobral, Darlan Rosa, Gervane de Paula, Omar Franco, Glenio Lima, Elder Rocha, Marcelo Solá, Maria Guilhermina e Marina Boaventura.

Em 2001, o museu recebeu gravuras doadas pelo Instituto Itaú Cultural, de consagrados artistas brasileiros nas técnicas de xilogravura, serigrafia, gravura em metal e litografia de: Evandro Carlos Jardim, Ferez Khoury, Louise Weiss, Maria Bonomi, Renina Katz e Ruben Mattuck.

Já em 2003, duas grandes doações foram incorporadas ao acervo, sendo um significativo conjunto de 138 obras de Vânia Pereira, doado pela família da artista já falecida, e também a doação de 104 obras do artista plástico Genésio Fernandes. Vale destacar entre os artistas sul-mato-grossenses as pinturas da importante série “Divisão do Estado” de Humberto Espíndola, as gravuras de Vânia Pereira e Roberto De Lamônica, a pintura abstrata de Wega Nery, a primeira artista plástica do Estado a expor fora do País.