
O Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Marco), ao longo de seus quase 24 anos de história, tem sido palco de importantes exposições, revelando artistas para o cenário nacional e internacional e se tornando centro de referência para as artes plásticas no Estado. Criado em 17 de dezembro de 1991, teve a primeira sede instalada em um prédio na esquina da Avenida Calógeras com a Rua Cândido Mariano, na região central de Campo Grande.
Em 2002, a inauguração da atual sede do Marco deu novo impulso ao movimento artístico do Estado, ampliando o calendário anual e possibilitando um número maior de exposições. A diretora do Marco, Maysa Barros, lembra a exposição que marcou a inauguração do novo prédio. “Fizemos uma belíssima exposição, em parceria com o Sesc, sobre os ícones de Mato Grosso do Sul. Foi um trabalho intenso de levantamento que resultou na edição de um livro”.
A escolha dos trabalhos a serem expostos no Museu é feita através de editais lançados anualmente em outubro e novembro. O trabalho de seleção é feito por artistas, professores e críticos no mês de fevereiro. As exposições selecionadas compõem um calendário anual, com trocas realizadas a cada dois meses.
A artista plástica Priscilla Pessôa fala com carinho do espaço. “Sendo o único espaço voltado para a arte contemporânea no MS, com um processo seletivo consistente e um prédio que favorece muito as montagens, é sempre uma honra e uma ótima janela realizar uma exposição no Marco. Tive a oportunidade de realizar quatro individuais e participei de inúmeras coletivas e salões, e, sendo assim, a minha trajetória se confunde e entrelaça com a do museu. Sinto como se fosse minha casa, um lugar ao qual eu devo muito.”
A origem e o acervo
Unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, o Museu de Arte Contemporânea teve origem na Pinacoteca Estadual, com prêmios aquisitivos dos salões de arte, realizados a partir de 1979, além de doações de artistas e particulares. Em 1984 este acervo já contava com 230 obras. As doações, principal forma de aquisição de obras, são feitas basicamente por artistas, famílias e colecionadores.
Este vasto e significativo acervo contempla uma coleção com mais de 1500 obras nas mais diversas linguagens: pinturas, esculturas, objetos, fotografias, desenhos, gravuras e uma coleção especial com todo o acervo (diários, fotografias, pinturas e documentos) de Lídia Baís, uma das pioneiras das artes plásticas modernas do estado, e Ignês Corrêa da Costa, aluna de Portinari que colaborou em obras como os murais azulejados e os painéis do auditório do Palácio Gustavo Capanema, no Rio, além da igreja da Pampulha em Belo Horizonte.
Entre as obras de artistas sul-americanos no acervo do Marco estão os argentinos Fernando Suárez (pintura) e Maria Perez Sola (gravura) e os fotógrafos paraguaios Luiz Vera e Juan Britos. Da região Centro Oeste possui obras de Divino Sobral, Darlan Rosa, Gervane de Paula, Omar Franco, Glenio Lima, Elder Rocha, Marcelo Solá, Maria Guilhermina e Marina Boaventura.
Em 2001, o museu recebeu gravuras doadas pelo Instituto Itaú Cultural, de consagrados artistas brasileiros nas técnicas de xilogravura, serigrafia, gravura em metal e litografia de: Evandro Carlos Jardim, Ferez Khoury, Louise Weiss, Maria Bonomi, Renina Katz e Ruben Mattuck.
Já em 2003, duas grandes doações foram incorporadas ao acervo, sendo um significativo conjunto de 138 obras de Vânia Pereira, doado pela família da artista já falecida, e também a doação de 104 obras do artista plástico Genésio Fernandes. Vale destacar entre os artistas sul-mato-grossenses as pinturas da importante série “Divisão do Estado” de Humberto Espíndola, as gravuras de Vânia Pereira e Roberto De Lamônica, a pintura abstrata de Wega Nery, a primeira artista plástica do Estado a expor fora do País.