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Representante do Graata pede apoio para fortalecimento da adoção em Três Lagoas

O Graata atua há mais de 13 anos na comarca, oferecendo orientação e apoio aos pretendentes à adoção

O Graata atua há mais de 13 anos na comarca, oferecendo orientação e apoio aos pretendentes à adoção por meio de reuniões mensais e cursos preparatórios. Foto: Reprodução/RCN 67
O Graata atua há mais de 13 anos na comarca, oferecendo orientação e apoio aos pretendentes à adoção por meio de reuniões mensais e cursos preparatórios. Foto: Reprodução/RCN 67

Durante a sessão de terça-feira (27), o representante do Graata (Grupo de Apoio à Adoção Ato de Amor), Mauro Henrique Soares da Silva, utilizou a Tribuna Livre da Câmara Municipal de Três Lagoas para destacar a atuação do grupo e apresentar reivindicações em prol do fortalecimento da rede de apoio à adoção no município.

O Graata atua há mais de 13 anos na comarca, oferecendo orientação e apoio aos pretendentes à adoção por meio de reuniões mensais e cursos preparatórios, conforme determina a Portaria nº 017/2019, do Poder Judiciário da 1ª Vara Criminal de Três Lagoas. Mauro, que é o primeiro secretário da diretoria do grupo e pai adotivo há cinco anos, iniciou sua fala destacando a importância do Dia Nacional da Adoção, celebrado em 25 de maio.

“O dia 25 de maio é mais que celebrar, é trazer a reflexão. Muitas crianças precisam e têm direito a um lar. Na história do Graata, ajudamos a construir muitas famílias felizes em Três Lagoas. Adotar é para todos, mas nem todos estão prontos”, ressaltou.

Mauro apresentou dados que ilustram os desafios enfrentados no país: atualmente, existem cerca de 35 mil pretendentes habilitados para adoção, mas pouco mais de 5 mil crianças disponíveis. Em Três Lagoas, ele destacou que a fila de adoção já foi zerada, graças a um perfil mais abrangente dos pretendentes locais, que estão dispostos a adotar crianças maiores de três anos, negras e com problemas de saúde tratáveis.

“Na última lista de pretendentes aptos à adoção, a maioria tem um perfil mais amplo, o que é muito positivo”, enfatizou.

Entre os principais desafios apontados pelo representante do Graata está a falta de um espaço físico permanente para a realização das reuniões mensais, especialmente para o trabalho de acompanhamento no pós-adoção, etapa considerada essencial para o sucesso das adoções.  “O principal problema que nós temos é o pós-adoção. Precisamos conversar mais com as famílias que já adotaram, garantir apoio emocional, psicológico, a troca de experiências. Temos voluntários, psicólogos e psicoterapeutas, mas não temos um espaço adequado para esse acolhimento”, explicou.

Mauro solicitou aos vereadores apoio para que seja garantido esse espaço físico, com previsão também de ambiente lúdico para as crianças, além de propor a alteração da Lei Municipal nº 3.260, que trata do tema, para permitir a destinação de recursos públicos ao processo de adoção.  “Adotar é um ato de amor. Levem a adoção como uma bandeira”, pediu aos parlamentares.

Outro ponto levantado foi o aumento dos casos de devolução de crianças adotadas, especialmente no período pós-pandemia, o que, segundo ele, reforça ainda mais a necessidade de acompanhamento e apoio às famílias. “Nos últimos três anos, tivemos três processos de devolução aqui em Três Lagoas. São processos traumáticos, principalmente para as crianças. Eu mesmo sou pai de uma criança que foi devolvida antes de vir para a nossa família, e sei o quanto esse apoio é fundamental”, relatou.

Por fim, Mauro explicou que atualmente a fila de pretendentes na cidade conta com aproximadamente oito pessoas, mas o número de crianças disponíveis para adoção oscila, já que nem todas que estão acolhidas têm a destituição do poder familiar concluída.

O presidente da Câmara, vereador Antônio Empeke Júnior, o Tonhão, afirmou que os parlamentares estão sensíveis à causa e que irão analisar as propostas apresentadas, colocando-se à disposição para colaborar.