Durante a sessão ordinária de terça-feira (3), o vereador Davis Martinelli fez críticas ao trabalho da Secretaria Municipal de Assistência Social de Três Lagoas. Segundo ele, a pasta tem deixado a desejar no atendimento à população em situação de vulnerabilidade, principalmente no que diz respeito à orientação sobre o Auxílio Gás, benefício do governo federal.
De acordo com Martinelli, muitos moradores têm procurado os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) em busca de informações e apoio, mas relatam que não estão recebendo a devida assistência. “Eles têm tido a porta batida na cara e isso deságua aqui na Câmara. Muitas pessoas vêm atrás do nosso gabinete buscando benefícios que a assistência social poderia contemplar, mas só recebem respostas negativas”, afirmou.
O vereador destacou que uma das principais dúvidas envolve o Auxílio Gás, popularmente conhecido como Vale Gás. Segundo ele, muitas famílias são informadas nos CRAS que o programa não existe mais. No entanto, Martinelli esclarece que o benefício ainda está ativo. “Nós fomos a Brasília, no Ministério do Planejamento, e o benefício do Vale Gás continua. Só no mês de fevereiro, mais de 980 famílias foram contempladas. Queremos saber onde está esse auxílio, já que as pessoas procuram e são informadas de que não existe”, questionou.
Martinelli também criticou a falta de clareza na comunicação sobre o programa. Segundo ele, há confusão entre o Bolsa Família e o Auxílio Gás, que são dois benefícios distintos. “As famílias precisam ser orientadas corretamente: você está recebendo X do Bolsa Família e X do Auxílio Gás. Mas isso não acontece. As pessoas ficam em dúvida e procuram o nosso gabinete para garantir seus direitos”, ressaltou.
Além das críticas à condução do programa, o vereador manifestou preocupação com o aumento visível de pessoas em situação de rua na cidade. Martinelli solicitou uma reunião com o prefeito e a secretária de Assistência Social para discutir a melhoria do atendimento e do acolhimento. “Quem anda pelas ruas de Três Lagoas percebe esse aumento. A secretaria responsável por acolher e coibir esse crescimento é a de Assistência Social, mas não temos visto esse trabalho. Após nossa fala na tribuna, o prefeito montou um comitê para fazer um diagnóstico da situação. Vi uma reportagem apontando 133 moradores de rua, mas acredito que esse número seja maior”, avaliou.
Em resposta, a Secretaria Municipal de Assistência Social informou que o Auxílio Gás é um benefício federal, administrado com base no Cadastro Único, e que o município não tem controle sobre a seleção das famílias beneficiadas. A pasta também explicou que o pagamento não ocorre mensalmente, pois o governo federal entende que o gás tem duração média superior a um mês, variando de acordo com o consumo de cada família. “Não temos como interferir ou fazer a indicação de famílias, nem mesmo para o Bolsa Família”, informou a secretaria em nota.
Em relação as famílias em situação de rua, a secretaria informou que existe um trabalho de acompanhamento feito com essas pessoas, inclusive, tem o Consultório de Rua, que oferece vários atendimentos para esses moradores e até encaminhamento para o mercado de trabalho.
A Câmara Municipal aguarda o agendamento de uma reunião com o Executivo e a equipe da Assistência Social para esclarecer as dúvidas e discutir possíveis melhorias no atendimento à população vulnerável.