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COTAÇÕES EM SETEMBRO

Soja, milho e café: balanço de preços e expectativas para setembro no Agro é Massa

Grãos de soja, milho e café lado a lado representando commodities brasileiras
Cotações de soja, milho e café marcam o cenário agro em setembro de 2025. Foto: Gerada por IA
Mercado acompanha oscilações internacionais, consumo interno e pressões tarifárias nos EUA

O setor agro acompanha com atenção as cotações das principais commodities neste início de setembro de 2025. Entre soja, milho e café, o cenário é marcado por estimativas de safra recorde, pressões internacionais e mudanças no comportamento do mercado. Naturalmente, as cotações do agro são influenciadas por estes fatores.

No caso da soja, a consultoria Stonex manteve a projeção de 178,2 milhões de toneladas para a safra 2025/26, confirmando a expectativa de novo recorde. Apesar do otimismo, especialistas alertam para os riscos climáticos. Especialmente com a previsão de La Niña na primavera, que pode trazer tempo seco ao Sul do país.

Cenário do Milho e a Dinâmica do Mercado Interno

Já o milho enfrenta cenário mais delicado. A primeira safra deve alcançar 25,6 milhões de toneladas, crescimento de 0,5% em relação ao ciclo anterior. A safrinha 2024/25, praticamente concluída, manteve a projeção de 111,7 milhões de toneladas. Nos portos brasileiros, a saca de 60 kg tem sido negociada entre R$ 64 e R$ 66. No entanto, os prêmios considerados baixos e os custos de logística reduzem a atratividade da exportação.

Com a concorrência da safra recorde norte-americana, as exportações brasileiras perdem força. O destaque passa a ser o mercado interno, sustentado pela demanda de cadeias como aves, suínos, pecuária de corte e produção de etanol. Esta demanda já se aproxima de 22 milhões de toneladas consumidas. No entanto, o volume ainda disponível no país, entre 45 e 47 milhões de toneladas, pode pressionar os preços nos próximos meses, afetando ainda as cotações do agro no mercado interno.

Impacto das Tarifas e Articulação do Setor de Café

O café brasileiro também aparece entre as commodities em pauta. Representantes do setor, por meio do CCAFÉ, articulam em Washington para tentar incluir o grão na lista de exceções ao tarifário dos Estados Unidos. Isso acontece porque a taxação pode encarecer o produto e reduzir a competitividade internacional nas cotações do agro, incluindo café.

O cenário para setembro é de cautela. Além das condições climáticas e de produção, fatores externos como as tarifas impostas pelos EUA influenciam. As negociações de reciprocidade comercial também influenciam diretamente as perspectivas de preço e escoamento da produção.