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FINANCIAMENTO DO AGRO

Crédito rural ganha fôlego com reforço do FCO e programa do BNDES

FCO amplia recursos para investimentos no campo e programa do BNDES ajuda produtores a liquidar dívidas causadas por perdas climáticas.

Produtor rural sentado à mesa com projetos e planilhas, ao lado de gerente de banco, ambos analisando financiamento agrícola em agência do interior.
FCO e BNDES reforçam o crédito rural e oferecem fôlego financeiro a produtores afetados pelo clima. Foto: Gerada por IA | Adriano Hany

O crédito rural voltou ao centro das atenções no programa Agroemassa da Rádio Massa FM, com duas frentes importantes. Houve o reforço de recursos do FCO Rural em Mato Grosso do Sul e o avanço do programa BNDES Liquidação de Dívidas. Este é voltado a produtores afetados por eventos climáticos em todo o país. Juntas, as duas iniciativas ajudam a aliviar o caixa de quem investe no campo. Ao mesmo tempo, criam condições para novos ciclos de expansão produtiva.

Na região sul do estado, o repórter Ginei César destacou que o conselho responsável pela análise das cartas-consulta aprovou mais R$ 219 milhões para o FCO, o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste. Ao todo, foram analisadas 97 cartas-consulta, com a maioria dos investimentos destinada ao setor do agro. Entre os destaques, aparecem máquinas agrícolas, com cerca de R$ 32 milhões. Além disso, há a suinocultura, com aproximadamente R$ 35 milhões, confirmando a busca por modernização tecnológica e aumento de capacidade produtiva.

Aprovação de Recursos e Remanejamento no FCO Rural

Das 78 propostas enquadradas no FCO Rural, o conselho aprovou R$ 141 milhões exclusivamente para o campo. Isso reforça o papel do fundo como termômetro da confiança do produtor. Segundo Ginez César, essa demanda elevada levou o colegiado a promover um remanejamento de recursos que estavam originalmente no FCO Empresarial. Eles transferiram parte desse volume para o segmento rural, onde a procura é mais intensa neste fim de ano.

Além disso, o limite para financiamentos de máquinas, implementos agrícolas, caminhões e aviões agrícolas passou a ser de R$ 350 milhões. Isso amplia a capacidade de grandes projetos saírem do papel. As taxas do FCO, mesmo em um contexto de Selic mais alta, variam entre 10% e 15% ao ano. Elas dependem da categoria e seguem competitivas quando comparadas a outras modalidades de crédito de longo prazo.

Apoio aos Agricultores Atingidos por Eventos Climáticos

Em paralelo, o programa BNDES Liquidação de Dívidas já aprovou, em cerca de um mês, R$ 2,45 bilhões em operações voltadas a agricultores que tiveram perdas significativas de safra por causa de eventos climáticos. O protocolo foi aberto em 16 de outubro e, desde então, o banco vem analisando operações de crédito rural de custeio e investimento. Incluem-se também cédulas do produtor rural (CPR) contratadas até 30 de junho de 2024.

Destinação dos Recursos e Impacto do Programa

Do montante aprovado, 61%, equivalentes a aproximadamente R$ 1,5 bilhão, foram destinados a agricultores familiares e médios produtores. Essa parcela é mais vulnerável a quebras de safra sucessivas. O programa já alcançou agricultores de 485 municípios, distribuídos em 16 estados. Foram contratadas cerca de 8.300 operações e o ticket médio é de R$ 296 mil por produtor. O prazo total chega a nove anos, com um ano de carência. Isso dá tempo para recompor a capacidade produtiva e reorganizar o fluxo de caixa.

Nesse cenário, o produtor rural passa a contar, ao mesmo tempo, com crédito novo para investir, via FCO, e com um mecanismo de alívio das dívidas antigas, via BNDES. Esta combinação ajuda a reduzir o risco de descapitalização em regiões que sofreram com estiagens e irregularidade de chuvas, sobretudo no Centro-Oeste. Embora o desafio climático continue presente, a resposta das instituições financeiras indica que o sistema de financiamento do agro procura acompanhar, de forma mais direta, a realidade do campo.