O Brasil acelerou as exportações de milho em setembro, com fluxo médio superior ao do mesmo mês de 2024, segundo dados citados da Secex. Em 15 dias úteis, os embarques somaram 4,73 milhões de toneladas, o que já representa 74% de todo o volume exportado em setembro do ano passado. A média diária ficou em aproximadamente 315 mil toneladas, 3% acima na comparação anual.
Impacto externo: Argentina zera retenções até 31/10
No cenário internacional, a Argentina zerou temporariamente as retenções de exportação — 26,5% para soja, 24,5% para farelo/óleo e 9,5% para milho — até 31 de outubro. A medida derrubou as cotações em Chicago nesta segunda-feira, com quedas relevantes para soja e derivados e recuo no milho. Além disso, a decisão acirrou a disputa por prêmios nos portos brasileiros e ocorre num contexto de busca por entrada de dólares no país vizinho.
Mercado físico em Mato Grosso do Sul: preços e resistências
Apesar do ambiente externo negativo, o mercado físico de MS não replicou integralmente as quedas de Chicago no mesmo dia. As praças indicaram estabilidade a leves altas em boa parte do estado, com exceção pontual de Maracaju.
- São Gabriel do Oeste: R$ 51,88/saca (+0,23%).
- Chapadão do Sul: R$ 48,00/saca (+0,54%).
- Ponta Porã: R$ 53,11/saca (+1,00%).
- Dourados: R$ 55,00/saca (referência).
- Maracaju: R$ 52,28/saca (−1,20%).
Leitura de curto prazo
A janela argentina pode seguir pesando sobre os prêmios e sobre a formação de preço no Brasil nas próximas semanas, mas o avanço dos embarques nacionais e a procura externa sustentam o escoamento do cereal. No MS, a fotografia do dia mostrou cotação firme em várias praças, mesmo com o mercado internacional pressionado.
Balança Comercial e Desempenho do Agro
Na terceira semana de setembro, a balança comercial brasileira registrou superávit superior a US$ 720 milhões. Segundo a Secex, as exportações somaram mais de US$ 6,7 bilhões, enquanto as importações ficaram acima de US$ 5,9 bilhões, refletindo o bom desempenho das vendas externas do agro no período.