
A cadeia do leite enfrenta um aperto prolongado. Segundo dados apresentados no programa, o preço ao produtor recuou para R$ 2,22/litro em outubro, bem abaixo dos R$ 2,66/litro apurados em outubro de 2024. Além disso, a produção no ano subiu cerca de 12,2%, enquanto o consumo interno segue estagnado.
Nesse cenário, as importações de lácteos avançaram de forma expressiva e competem com a oferta doméstica, comprimindo margens, sobretudo entre pequenos produtores.
O programa também relatou efeitos de estrutura: regiões que perdem produtores veem o custo de coleta subir por conta do menor volume por rota.
A indústria, então, pressiona preço e paga menos, o que agrava a descapitalização na base. Assim, a percepção no campo é de risco à autossuficiência, caso a tendência se mantenha.
Nesse contexto, o PL 5738/2025, do deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), propõe proibir, em todo o país, a reconstituição de leite em pó e derivados importados quando destinados ao consumo humano.
Medida Proposta e seus Objetivos
A medida, explicada no programa, busca re equilibrar o mercado, proteger o produtor e assegurar qualidade. O texto ganha tração porque, segundo o que foi exposto, o produto importado chega com vantagens: entra via Mercosul sem tarifa, recebe subsídios internos no país de origem e encontra tributos diferentes da produção brasileira.
Desafios e Perspectivas para o Produtor
Para o produtor, a travessia até o fim do ano exigirá atenção à gestão de custos, à qualidade do leite entregue e às oportunidades de programas de pagamento por qualidade. Ao mesmo tempo, entidades do setor defendem agenda regulatória que reduza assimetrias e preserve o tecido produtivo nacional.