A dinâmica do mercado da carne bovina foi marcada por um descompasso entre produção e vendas externas no 1º semestre. Conforme os dados do IBGE e Cepea/Esalq, as exportações — somando in natura e processada — ficaram 164 mil toneladas acima do mesmo período de 2024. Enquanto isso, a produção formal avançou apenas 122 mil toneladas na comparação anual. Em termos reais, os preços médios do boi (indicador Cepea/Esalq) e da carne estão cerca de 35% superiores aos de um ano atrás. Isso sinaliza um novo patamar de referência no atacado e na arroba.
Na primeira metade de agosto, foi reportada uma média diária de 12,3 mil toneladas de carne bovina in natura embarcada, que é cerca de 25% acima da média observada em 2024 e 2,5% acima de julho. O fluxo externo permaneceria firme mesmo após a barreira tarifária citada para os Estados Unidos no início do mês. Isso reforça a resiliência da demanda internacional e a atratividade do mercado externo para a indústria exportadora.
Impacto da Disponibilidade Interna e das Exportações
A menor disponibilidade interna tem sido apontada pelos pesquisadores do Cepea/Esalq como vetor para a sustentação de preços em patamar mais elevado. Ao mesmo tempo, o aumento proporcionalmente maior das exportações tem ampliado sua fatia no escoamento da produção. Para o consumidor e para os elos industriais, o quadro se traduz em ajustes de margens e em maior sensibilidade a variações de oferta. Para o produtor, a referência mais alta tem sido percebida como oportunidade de remuneração melhor. Ainda que isso seja sujeito aos movimentos de escala e à estratégia de compras da indústria.
Balanço e Perspectivas para o Mercado da Carne Bovina em 2025
No balanço, a combinação de demanda externa aquecida e produção interna crescendo em ritmo mais lento resultou em oferta doméstica mais enxuta e em preços firmes. Se o padrão de embarques for mantido, a influência das exportações na formação de preços tende a permanecer relevante. Isso consolidaria o novo patamar observado ao longo de 2025.