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ENTREVISTA

Festas exigem atenção redobrada com idosos

Mudanças na rotina, álcool e viagens podem agravar riscos à saúde

Geriatra orienta famílias sobre cuidados no fim de ano (Foto: Reprodução/ Freepik)
Geriatra orienta famílias sobre cuidados no fim de ano (Foto: Reprodução/ Freepik)

As festas de fim de ano, marcadas por reuniões familiares, viagens e mudanças na rotina, exigem atenção especial com a saúde dos idosos. O alerta é do médico geriatra Marcos Blini Pereira, que aponta aumento dos riscos de quedas, confusão mental e descompensação de doenças crônicas nesse período.

Marcos Blini Pereira

Segundo o especialista, o consumo de bebida alcoólica, mesmo em pequenas quantidades, pode representar perigo para idosos mais frágeis ou com alterações de equilíbrio e cognição. “Uma dose pequena já pode aumentar muito o risco de queda ou piorar sintomas psíquicos, principalmente em quem tem demência ou outras doenças neurológicas”, explica.

Outro ponto de atenção é o uso de medicamentos. De acordo com o geriatra, idosos que utilizam remédios controlados, como os benzodiazepínicos, precisam evitar a associação com álcool. “Essa combinação pode potencializar os efeitos da medicação e trazer riscos importantes”, afirma.

As mudanças na rotina também merecem cuidado. Enquanto idosos saudáveis tendem a lidar bem com horários diferentes de sono e alimentação, aqueles com síndromes demenciais, como Alzheimer, podem apresentar confusão, agitação e agressividade diante de alterações no ambiente. “Viagens longas ou mudanças bruscas podem transformar um momento de lazer em sofrimento”, diz Blini, que recomenda testar deslocamentos curtos antes de viagens maiores.

O período de festas também costuma revelar sinais de problemas de saúde que passam despercebidos no dia a dia. Familiares que visitam idosos após longos intervalos podem notar perda de autonomia, esquecimentos frequentes ou dificuldades para atividades simples. “Se há perda de independência sem uma explicação clara, é fundamental procurar avaliação médica”, orienta.

Para o início do ano, o geriatra reforça a importância dos exames preventivos, que variam conforme a idade e as condições de saúde, e destaca que, em idosos muito avançados ou frágeis, a prioridade deve ser o acompanhamento clínico individualizado.

Como orientação geral, Blini destaca que manter-se ativo é um dos principais fatores para envelhecer com qualidade de vida. “Atividade física, mental e social ajuda a preservar a autonomia, reduz o risco de depressão e pode retardar o surgimento de demências”, conclui.

Acompanhe a entrevista completa: