Um homem, de 21 anos, foi preso em flagrante nesta terça-feira (27), em Campo Grande, suspeito de assassinar a companheira, de 29 anos, e a filha do casal, de apenas 10 meses de idade. Os crimes ocorreram na tarde de segunda-feira (26), e, segundo a Polícia Civil, foram motivados pela não aceitação do fim do relacionamento.
De acordo com a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o autor matou as vítimas com um mata-leão (esganadura) e, na tentativa de ocultar os corpos, ateou fogo em um terreno na região do Núcleo Industrial Indubrasil. A prisão foi realizada no momento em que ele se dirigia à 6ª Delegacia de Polícia Civil para registrar o desaparecimento das duas.
O delegado Rodolfo Daltro, responsável pelo caso, afirmou que o crime foi premeditado:
“Ele saiu para trabalhar de manhã e voltou para casa às 15h30 já com a intenção de matá-las, segundo uma testemunha. O crime ocorreu às 16h. Depois, ele voltou ao trabalho, cumpriu o expediente normalmente e, ao sair, foi até um posto, comprou um galão e abasteceu com R$ 16 de combustível. Às 21h, ele retornou, embalou os corpos em cobertores, colocou-os no porta-malas e seguiu até o local onde ateou fogo nos corpos” – delegado Rodolfo Daltro
Ainda segundo o delegado, o suspeito demonstrou frieza ao descrever os assassinatos. “São detalhes muito grotescos […] foi necessário interromper o interrogatório em alguns momentos. Apesar da experiência dos policiais envolvidos, a brutalidade do caso causou mal-estar”, afirmou Daltro.
Durante a abordagem, os policiais encontraram o galão de combustível usado no crime em cima da cadeirinha de bebê no carro do suspeito. Questionado, ele confessou os assassinatos. Em depoimento, disse ter se sentido “aliviado” após matar mãe e filha, pois seus “problemas estariam resolvidos”. O homem alegou ainda que não aceitava a separação e não queria pagar pensão alimentícia.
De acordo com a investigação, o autor planejava o crime há pelo menos dois meses. Um amigo confirmou à polícia que ele comentava sobre matar a companheira e a filha, alegando que ela o impedia de fazer o que queria e que as despesas da casa estavam elevadas.
A perícia apontou fraturas no pescoço das vítimas e identificou vestígios de líquido inflamável. O reconhecimento dos corpos só foi possível por meio de exame necropapiloscópico, devido ao avançado estado de carbonização.
O suspeito foi autuado por duplo feminicídio qualificado e destruição de cadáver. A Polícia Civil segue com as investigações.