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Morre mais uma vítima de feminicídio após 77 dias de internação em Campo Grande

Vítima de feminicídio, Dayane ficou internada por quase três meses após ser baleada na cabeça.
Vítima de feminicídio, Dayane ficou internada por quase três meses após ser baleada na cabeça.

Campo Grande (MS) – Após 77 dias de luta pela vida, Dayane de Souza Garcia, de 27 anos, morreu na noite desta quarta-feira (3). Ela havia sido vítima de feminicídio em Nova Alvorada do Sul. Dayane foi baleada na cabeça pelo companheiro, o vigilante Eberson da Silva, em 18 de junho. O agressor cometeu suicídio em seguida.

Durante a internação, Dayane passou por quatro cirurgias complexas. Entre elas, a retirada de fragmentos ósseos do crânio e a remoção temporária da calota craniana devido a um inchaço cerebral. Mesmo com os procedimentos, seu estado era grave e ela permaneceu todo o tempo internada no Hospital do Coração, em Campo Grande, na unidade de terapia intensiva.

A jovem chegou a apresentar sinais de melhora, como o reconhecimento de familiares e respostas a estímulos. A família, esperançosa por uma possível recuperação, chegou a organizar uma rifa solidária. O objetivo era custear adaptações na casa da mãe, onde Dayane passaria a morar com os dois filhos, de 6 e 2 anos, caso recebesse alta médica.

Reincidência da Violência Doméstica

O crime que tirou a vida da jovem ocorreu em circunstâncias marcadas pela reincidência da violência doméstica. Antes da tentativa de assassinato, Dayane já havia registrado boletim de ocorrência contra o companheiro, por agressão e ameaça. Na ocasião, Eberson chegou a afirmar que ela seria “mais uma vítima de feminicídio”. Preso à época, acabou liberado posteriormente e, meses depois, concretizou a ameaça.

Detalhes do Caso e Estatísticas de Feminicídio

O caso ocorreu no bairro Jaime Medeiros, em Nova Alvorada do Sul. Desde então, a irmã da vítima, Arlete Garcia, assumiu os cuidados com os filhos pequenos. Ela também acompanhou de perto cada etapa do tratamento hospitalar. Com a morte de Dayane de Souza Garcia, Mato Grosso do Sul atinge 25 registros de feminicídio apenas em 2025. Este número reforça a gravidade da violência contra mulheres no estado.